Título: Ministro diz para Alckmin cuidar da Febem
Autor: Marcelo de Moraes e Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/05/2005, Nacional, p. A6

BRASÍLIA - O governador Geraldo Alckmin que vá resolver os problemas da Febem, em vez de tentar antecipar a campanha de 2006. O ex-presidente Fernando Henrique não tem como criticar o governo Lula, porque vendeu US$ 100 bilhões do patrimônio público, valor que desapareceu, e deixou o País endividado. Assim reagiu o ministro da Casa Civil, José Dirceu, às críticas feitas por alguns dos principais nomes do PSDB ao governo Lula. A reação veio poucas horas após o evento em que o PSDB comemorou os cinco anos da Lei de Responsabilidade Fiscal; Dirceu deu longa entrevista ao programa Diálogo Brasil, da estatal Radiobrás, na noite de quarta-feira.

"Se você pegar os dados, a crise energética que FHC deixou para o Brasil, o endividamento interno, externo, além do que ele privatizou, vendeu US$ 100 bilhões do nosso patrimônio. E todo esse recurso desapareceu do País, em (pagamento de) juros da dívida, porque ele manteve os juros", disse Dirceu. "Ele está criticando o juro hoje, mas nós reduzimos o juro, comparado com o juro dele. Tivemos de aumentar, mas evidentemente que a autoridade monetária tem as suas razões", argumentou.

Segundo Dirceu, o governo Lula não olha só os juros. "O governo faz política industrial de inovação, investimento em infra-estrutura, faz o País exportar mais com política comercial", disse. "E faz política na área social, porque País precisa de estabilidade social".

O ministro rebateu a crítica de Alckmin, de que o "custo PT" retarda o crescimento do País. "Estamos preocupados com o País, não estamos preocupados com campanha eleitoral. A sociedade pode comparar Custo FHC, PSDB e Custo PT", disse. "Acho que a crítica é legítima. É um direito do governador Alckmin. Mas evidentemente que é uma figura de retórica eleitoral. O PSDB quer antecipar a sucessão. Mas sucessão é só no ano que vem", acusou. "Agora ele (Alckmin) tem de governar São Paulo. Resolver o problema da Febem. Resolver a questão da segurança pública, da educação, da infra-estrutura do Estado, da Cesp, que está quebrando."