Título: Novo teste em peixe cru dá negativo
Autor: Adriana Dias Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/05/2005, Metrópole, p. C5

Mais uma vez, o resultado da análise em laboratório para encontrar o parasita Diphyllobothrium spp nos peixes consumidos na cidade de São Paulo deu negativo. Desde 11 de abril, técnicos da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, ligada à Prefeitura de São Paulo, vêm recolhendo amostras de vários tipos de peixe em empresas de importação e distribuição. Apesar de as mais fortes suspeitas recaírem sobre o salmão, os técnicos estão analisando amostras de tilápia, atum, robalo, dourado, além do próprio salmão. "Estamos fazendo um monitoramento muito sério", diz Inês Romano, gerente de Qualidade de Produtos da Vigilância Municipal, uma das responsáveis pelo trabalho. "Apesar de divulgarmos semanalmente os resultados, acredito que apenas daqui a um ou dois meses possamos ter material suficiente para dar um veredicto definitivo sobre a qualidade do peixe cru consumido em São Paulo."

Este ano, pelo menos 28 pessoas foram contaminadas com o parasita Diphyllobothrium spp por consumir peixe cru. Também foram registrados casos no Rio e em Belo Horizonte.

O Diphyllobothrium é causador de uma doença chamada difilobotríase. O parasita se instala na musculatura e nos nervos do peixe, transmitindo a doença para o homem quando este ingere a carne contaminada. Apenas peixe cru ou mal cozido pode transmitir a difilobotríase. Ou seja, com a carne bem cozida não há o menor risco.

A DOENÇA

A difilobotríase é uma infecção intestinal. Os principais sintomas que provoca são: dor abdominal, diarréia, flatulência, vômito e, nos casos graves, anemia e perda de peso. Apenas 20% das pessoas contaminadas apresentam os sintomas da doença. A maior parte, portanto, não sente nada e não sabe que tem o parasita.

Na primeira semana de abril, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram orientações para controlar o surto. "Elas ainda estão valendo", diz Inês. Entre as recomendações, a de que se deve evitar o consumo de peixe cru ou se certificar de que o peixe foi congelado a 18º C negativos por pelo menos 24 horas antes do consumo.