Título: Polícia barra operação conjunta de PCC e CV
Autor: Marcelo Godoy
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/05/2005, Metrópole, p. C7

As drogas já estavam embaladas para presente. Eram 13 quilos de cocaína e 14 quilos de maconha, cuja maior parte seria enviada de Praia Grande para o Rio. Tudo acabou apreendido anteontem pela polícia, que prendeu ainda cinco acusados de pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao seu aliado carioca, o Comando Vermelho (CV), responsáveis pela remessa. As investigações tinham começado havia seis meses. Policiais do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) estavam acompanhando um esquema de entrega de cocaína boliviana e maconha paraguaia na Baixada Santista. A região é uma das principais áreas do Estado dominadas pelo PCC. O domínio dos pontos de drogas na área pode ter sido o motivo de uma guerra na cúpula da organização na semana passada que terminou com sete mortes.

Segundo a polícia, parte das drogas ficava na região e outra era enviada para os morros do Rio. De acordo com as investigações, a quadrilha mandava até 100 quilos de drogas para o Rio todos os meses.

Na quarta-feira, os policiais descobriram que o bando ia enviar duas mulas para o Rio com uma remessa de droga para o bairro do Campo Grande. Duas equipes esperaram que as mulheres, que vieram de Duque de Caxias (RJ), fossem para a rodoviária para embarcar para o Rio antes de abordá-las.

As empregadas domésticas Sandra Soares Albuquerque, de 37 anos, e Luciana Pourchet dos Santos, de 29, estavam no táxi de Erivaldo Rodrigues dos Santos, de 40 anos, quando os três foram presos. No porta-malas do automóvel havia, segundo os policiais, 12 quilos de cocaína e 1 quilo de maconha.

A droga estava embrulhada para presente em sacolas de lojas de roupa. Após as prisões das duas, os policiais detiveram o estivador Carlos Alberto Dias Novaes, de 34 anos, o Cacá, e o padeiro Alexandre Lima Coelho, de 35. Eles estavam com o restante da droga.

Novaes, segundo o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc, é integrante do PCC na Baixada Santista e mora em São Vicente. Ele, que já foi processado por homicídio, era o chefe da quadrilha em São Paulo e o responsável pelo envio das drogas para o Rio.

De acordo com o delegado, o padeiro Coelho era o contato entre o estivador Novaes e os traficantes cariocas. O padeiro, que já passou 12 anos na prisão, era o responsável por contratar as mulheres que faziam o transporte para o Rio. Por fim, o motorista fazia pequenas entregas da droga além de servir para transportar as mulheres que serviam de mulas para o bando.