Título: Dólar cai pela sétima vez seguida
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e André Palhano
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/05/2005, Economia, p. B12

Com o cenário externo calmo, os mercados locais tiveram um dia bom, com exceção da Bolsa de Valores. O dólar teve a sétima queda consecutiva, desta vez de 0,53%, para R$ 2,449, a menor cotação desde 8 de maio de 2002 (R$ 2,438) e o paralelo recuou 0,51%, vendido a R$ 2,753. Os juros futuros projetaram queda, o risco país caiu 0,47%, para 423 pontos, enquanto o C-Bond ganhou 0,06%, vendido com ágio de 1,438%. O Ibovespa perdeu 0,49%. A alta das Bolsas em Nova York (o Dow Jones subiu 0,38% e a Nasdaq, 0,63%), o avanço dos títulos da dívida brasileira e a queda do risco país voltaram a estimular a oferta de moeda americana. O fluxo de entrada positivo e a demanda retraída ajudaram na queda do comercial. Os operadores têm dúvidas quanto ao nível de preço que poderá trazer o Banco Central de volta às compras de dólares.

No mercado futuro, os sete vencimentos de dólar negociados reafirmaram a aposta dos investidores na queda das cotações. Para 1.º de junho, a previsão é de uma baixa de 0,38%. O saldo favorável da balança comercial também sugere a manutenção da queda gradual das cotações.

A emissão de US$ 750 milhões em bônus globais pelas Filipinas alimentou os rumores de que o Brasil pode ser o próximo país a lançar uma captação soberana. O Brasil ainda tem previsão de captar US$ 1,5 bilhão para completar o cronograma deste ano.

Na Bolsa paulista, o giro financeiro foi novamente baixo, não chegando a R$ 1 bilhão. "Foi um pregão chocho. O mercado lá fora encerrou no positivo, mas aqui, não teve jeito", comentou um operador.

Entre as 53 ações que compõem o Índice Bovespa, as maiores altas foram de Transmissão Paulista PN (5,84%), Bradesco PN (4,19%) e Klabin PN (3,90%). As maiores quedas foram de Usiminas PNA (4,67%), Telemig Par PN (3,66%) e Souza Cruz ON (3,23%).

O destaque no mercado de juros ficou com a parte longa da curva, com as projeções embutidas nos contratos com vencimento a partir de 2007 registrando quedas significativas. De acordo com gestores de renda fixa de dois grandes bancos estrangeiros, com forte presença neste mercado, o investidor externo foi o principal responsável por essa "amassada" na parte longa das projeções.