Título: Graduação nas particulares sofre processo de esgotamento
Autor: Herton Escobar
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/05/2005, Vida &, p. A14

O crescimento do número de cursos de graduação nas universidades públicas tem índices semelhantes aos das particulares no Estado de São Paulo. Enquanto as privadas aumentaram sua oferta em 18,1% no período 1998-2002, as estaduais cresceram 15,7% e as federais, 13,6%. "Há um processo de esgotamento da expansão do setor privado em São Paulo", diz a secretária Estadual de Assistência Social e Desenvolvimento, Maria Helena Guimarães de Castro, responsável pela elaboração do capítulo sobre ensino superior. O crescimento no número de matrículas e cursos, principalmente das particulares, se deu durante a gestão no Ministério da Educação (MEC) de Paulo Renato Souza, a partir de 1995, quando mudaram as regras para abertura de vagas, faculdades e universidades. No período analisado anteriormente pelos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo (1989-1998), o crescimento geral no Estado era de apenas 4%.

Maria Helena destaca ainda a posição de destaque de São Paulo na formação de mestres e doutores. "Esses mestres e doutores de São Paulo estão apoiando o Brasil todo." Entre as matrículas nos cursos de pós-graduação, o Estado tem 37% do total nacional de mestrado e 53% no doutorado. As universidades estaduais mantêm também a liderança nesse tipo de formação: mais de 70% dos cursos são oferecidos pelas Universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp).

No entanto, os índices mostram ainda uma certa descentralização da pós-graduação, principalmente pelo esforço das universidade federais. Enquanto o crescimento nas titulações em São Paulo foi de 72% (mestrado), no Brasil, o índice foi de 92%. O doutorado teve aumentos de 55% e 113%.