Título: Em SP, alimento segura custo de vida
Autor: Nilson Brandão Junior, Carlos de Assis e Luciana X
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/05/2005, Economia, p. B3

Primeira prévia de maio do IPC da Fipe é de 0,68%, e fica abaixo das expectativas

A inflação do município de São Paulo, medida pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC), apurado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, foi de 0,68% na primeira quadrissemana de maio. O porcentual foi inferior ao de abril, de 0,83%. O IPC ficou abaixo das expectativas dos 14 analistas ouvidos pelo Estado, que apostavam numa variação entre 0,70% e 0,76%. Saúde registrou a maior alta do período, com aumento de 1,86%, acima da variação do mês passado, de 1,79%. O grupo Alimentação avançou 1,48%, ligeiramente abaixo do verificado do na pesquisa da semana passada (1,55%). A Fipe manteve sua projeção de inflação para maio em 0,45%, segundo o coordenador do IPC, Paulo Picchetti. Ele disse também que está mantida a inflação projetada para o ano de 5% a 5,5%. O otimismo do economista da Fipe quanto à inflação de maio está relacionado ao início do processo de devolução das altas dos últimos meses nos preços dos alimentos, em especial dos in natura.

Foi, principalmente, pela desaceleração do ritmo de alta do grupo Alimentação - de 1,55% em abril para 1,48% na primeira quadrissemana de maio - que o IPC-Fipe fechou em 0,68% na primeira parcial do mês, ante uma elevação de 0,83% no fechamento de abril. Essa desaceleração do índice já vinha sendo esperado por Picchetti desde o fim de março, mas para isso os alimentos já deveriam ter devolvido a alta, o que só aconteceu na primeira quadrissemana de maio.

"Errei no timing da desaceleração dos alimentos in natura este ano", disse o coordenador do IPC-Fipe. Normalmente, explica ele, a alta sazonal dos preços dos hortifrutigranjeiros já começa a ser devolvida em março. Na média, o conjunto dos alimentos in natura nesta primeira parcial do IPC-Fipe desacelerou seu ritmo de alta em 0,12 ponto porcentual, de 2,70% no fechamento de abril para 2,58%.

Ainda de acordo com Picchetti, pelo que foi mostrado no IGP-DI de abril, quando o IPA Agrícola fechou com deflação de 1,60%, os alimentos tendem a ter seus preços recuando ainda mais daqui para frente.