Título: PT prevê aumento de cobrança sobre o governo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/05/2005, Nacional, p. A7

Mariana Caetano O secretário nacional de movimentos populares do PT, Jorge Almeida, previu ontem o acirramento das manifestações de grupos organizados da sociedade civil, como o Movimento dos Sem-Terra (MST) e outros movimentos sociais, para pressionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cumprir suas promessas de campanha. "O governo não está atendendo as expectativas que criou", disse ele. "E o partido tem se afastado das suas origens no movimento social." Almeida é ligado à esquerda da legenda, mas seu julgamento não difere muito de parte das lideranças reunidas ontem e sábado, em São Paulo, para debater a relação do PT com os movimentos sociais. Os grupos de trabalho montados durante o seminário concluíram, entre outras coisas, que o partido precisa fortalecer seu elo com os movimentos e a comunicação das ações sociais do governo deve melhorar. As propostas serão encaminhadas para votação na reunião do diretório nacional, no próximo fim de semana. "Os movimentos são autônomos, mas apoiamos as mobilizações", afirmou Glauber Piva, secretário de Cultura do PT, um dos encarregados de preparar as propostas. "A elite já tem canais de pressão."

Para Albino Rubim, diretor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, a política econômica tem comprometido a execução dos programas sociais. Segundo a coordenadora da Coordenação dos Movimentos Sociais, Nalu Faria, os militantes têm sido "pacientes" com o governo. O secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, saiu em defesa do presidente e insistiu que nenhum outro governo investiu tanto em ações sociais quanto o petista.