Título: Empréstimo é usado para cobrir dívidas do dia-a-dia
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/05/2005, Economia, p. B1

R.P. O aumento da oferta de crédito no mercado requer cuidados por parte dos consumidores. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a primeira dica é não comprometer a renda. O ideal é não ultrapassar o limite de 25% a 30% dos rendimentos. "Tem de se pensar que sempre há outras dívidas para pagar", alerta. Além disso, no caso do crédito consignado, é preciso pesquisar para encontrar as melhores taxas do mercado. Nas demais linhas, no entanto, não há opção. O consumidor somente pode ser financiado pelo banco onde tem conta. E, nesse caso, as taxas de juros estão bastante elevadas, afirma.

Armando Gomes Filho, de 51 anos, viu sua dívida aumentar de R$ 8 mil para R$ 20 mil em seis meses. Ele resolveu entrar na Justiça para renegociar o valor. O processo ainda está em andamento, mas ele já conseguiu liminar para tirar o nome da lista de maus pagadores.

O endividamento começou com o cheque especial. Na tentativa de reduzir o valor devido e escapar das taxas exorbitantes, ele seguiu o conselho do gerente do banco e fez um empréstimo pessoal. O valor cobriu apenas parte do cheque especial. "Fiquei com duas dívidas e sem condição de pagar." Ele afirma que entrou no cheque especial para pagar dívidas como condomínio e escola. "São agiotas disfarçados de instituição financeira".