Título: Fama é de competente e eficaz
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/05/2005, Economia, p. B3

Seja qual for seu futuro, o ex-diretor-executivo do Brasil no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI) inicia seu trabalho em Brasília com uma sólida reputação de competência, desenvolvida em Washington nos últimos anos. "Murilo foi um dos melhores diretores executivos do Fundo que vi atuar", disse o ex-vice-diretor da instituição, Stanley Fischer, que assumiu recentemente a presidência do Banco Central de Israel. "Ele foi um representante muito eficaz do Brasil e dos países em desenvolvimento em vários temas", afirmou Fischer, que teve um papel central na negociação dos acordos que o País fez com o FMI em 1998 e 1999 . "Lembro-me de sua habilidade para mudar a posição da diretoria executiva."

O atual diretor gerente do Fundo, Rodrigo de Rato, disse ter recebido ajuda substancial do representante brasileiro em seu primeiro ano no cargo. "Murilo teve um papel importante nos programas econômicos brasileiros nos últimos anos e o sucesso desses programas é um testemunho de sua eficácia e de seu intelecto", afirma Rato.

"Vamos sentir falta dele", afirmou o diretor executivo pelo México, Moisés Schwartz , que representa também os países na América Central, a Venezuela e a Espanha no FMI. "As contribuições de Murilo nas discussões da diretoria sempre foram muito valiosas." Segundo Schwartz, "o caso da Argentina não foi exceção". Desmentindo acusações feitas em Buenos Aires contra o ex-representante brasileiro no FMI, Schwartz disse que "Murilo sempre ajudou para que a relação da Argentina com o Fundo fosse boa e para que o Fundo desse recursos para permitir à Argentina vencer a crise".

A. Guillermo Zoccali, um ex-diretor executivo da Argentina do FMI, confirmou: "Murilo sempre me impressionou por seus sólidos conhecimentos profissionais e sua solidariedade como ser humano, em especial, durante as difíceis circunstâncias que meu país viveu em anos recentes", afirmou Zoccali, que é hoje economista no Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Para o diretor-executivo da França do FMI e no Banco Mundial, Pierre Duquesne, a atuação do novo secretário de Política Econômica nos 6 anos que passou no FMI "foi a prova viva de que o Brasil é um ator importante na cenas econômica e monetária internacional".