Título: Bolsa cai de novo e dólar tem alta
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e André Palhano
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/05/2005, Economia, p. B10

O cenário externo desfavorável e o quadro político doméstico agitado prejudicaram os mercados locais. O Ibovespa voltou a ter um dia problemático, caindo 2,35%, o dólar subiu 0,49%, para R$ 2,468 (o paralelo avançou 0,11%, vendido a R$ 2,75) e os juros futuros projetaram alta. Mas o risco país teve uma ligeira queda de 0,45%, para 438 pontos, e o C-Bond ficou estável, vendido com ágio de 0,875%. A Bovespa acompanhou Wall Street, onde o Dow Jones recuou 1,08% e a Nasdaq, 0,39%. Lá fora, as Bolsas caíram devido ao rebaixamento da Ford pela agência Moody's, aos números fracos da rede Wal-Mart e à queda dos preços internacionais de várias commodities, o que levou os investidores a se desfazerem de papéis dos setores de siderurgia e mineração.

No campo doméstico, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, aceitou o pedido do procurador-geral da República para investigar Henrique Meirelles por suposto crime eleitoral e por uma alegada evasão de divisas na época em que não presidia o Banco Central. Para piorar, o mercado está preocupado com as dificuldades que o governo enfrenta junto à base política, o que poderia retardar a aprovação de projetos importantes. Com tudo isso, a deflação de 0,03% no IGP-M acabou não tendo o esperado impacto positivo.

Na Bolsa paulista, o movimento financeiro ficou em R$ 1,343 bilhão. As maiores altas do índice foram de Transmissão Paulista PN (1,02%), Cemig PN (1,02%) e Embratel Par PN (1,02%). As maiores quedas foram de Siderúrgica Tubarão PN (6,14%), Gerdau PN (5,17%) e Siderúrgica Nacional ON (4,98% ).

Os mesmos problemas mantiveram o dólar em alta o dia todo, com as tesourarias de bancos reduzindo as posições "vendidas". Ao que parece, os investidores estão vislumbrando dificuldades para o governo no Congresso por causa do veto do Executivo ao aumento dos servidores do Legislativo.

No mercado futuro, os nove vencimentos negociados projetaram alta da moeda americana. O contrato mais curto, de junho, indicou um avanço de 0,36%.

Praticamente todos os contratos de juros futuros encerraram a quinta-feira nas projeções máximas do dia. O de julho projetou alta de 0,15%, para 19,67% ao ano, e o de outubro, mais 0,36%, para 19,77%.