Título: Pesquisa acha novo arco da devastação
Autor: Luciana Nunes Leal e Felipe Werneck
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/05/2005, Vida&, p. A24

RIO - O grande número de queixas de prefeitos de cidades do Amapá, do norte do Amazonas e de Roraima sobre devastação de vegetação nativa na região fez os técnicos do IBGE suspeitar da existência de um novo arco do desmatamento e das queimadas, que se complementaria à já conhecida faixa que compreende o sudoeste do Acre, Rondônia, o norte de Mato Grosso, o sul e o leste do Pará e o oeste do Maranhão. No mapa do IBGE feito com base em fotos de satélite, em 2002, o atual arco do desmatamento e das queimadas está delineado, com alta incidência de queimada e focos de intenso calor. A área ao norte do Rio Amazonas ainda não aponta nenhum sinal mais grave de queimadas.

O novo arco compreenderia 28 cidades mais atingidas, numa área demarcada a leste por Macapá, a oeste pela cidade de Amajari (RR), ao norte pelo Oiapoque (AP) e ao sul por Manacapuru (AM). "A sensibilidade apurada dos gestores municipais a questões ambientais emergentes na escala local estaria antecipando um problema que, embora pequeno, pode rapidamente ganhar grande dimensão, fugindo ao controle e à fiscalização do poder público, como é o caso do que hoje ocorre ao sul e leste da Amazônia Legal, onde o controle de desmatamentos e queimadas ainda não foi alcançado", alerta o estudo do IBGE.

A capital líder dos índices de desmatamento em 2004 é Porto Velho (RO). Só no distrito de União Bandeirante foram derrubados 5.850 hectares de floresta, quase 8 mil campos de futebol.