Título: Agora, mais interatividade entre público e cientistas
Autor: Herton Escobar
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/05/2005, Vida &, p. A20
Pela primeira vez, os visitantes do Museu de Zoologia poderão subir as escadas do prédio e visitar os dois andares superiores do prédio, onde ficam muitas das coleções e dos escritórios de pesquisa. A idéia, além de ampliar a área da exposição, é criar maior interatividade entre o público e os cientistas - que, de certa forma, se tornarão parte da exibição. A idéia é deixar claro que o museu não é apenas um depósito de animais, mas também um importante centro de pesquisa. O acesso ainda não será total, por questões de segurança. As partes internas dos corredores serão separadas por portas de vidro transparente, que permitirão aos visitantes espiar a estrutura das coleções e um pouco da rotina dos pesquisadores. As coleções do museu são as maiores da América Latina, com quase 8 milhões de exemplares de animais preservados. Os cientistas usam essas bibliotecas biológicas para estudar a biodiversidade, a relação entre espécies e sua história evolutiva.
Uma das principais atrações deverá ser o corredor da coleção de insetos, com suas paredes forradas de gavetas do chão ao teto. Dos parapeitos sobre o saguão principal será possível ver de perto as réplicas de pterossauros, os vitrais e os painéis de gesso com temas faunísticos, além de outras atrações informativas que serão adicionadas ao longo do ano.
O museu deverá ganhar também um café com entrada pelo jardim central, atualmente fechado ao público. E, recentemente, foi inaugurada a Zooteca, uma biblioteca com livros didáticos sobre zoologia e computadores ligados à internet para consulta.
"A idéia é que as pessoas venham fazer trabalhos aqui", diz Brandão. "Tem muita criança que adora animais, mas chega ao museu e não encontra as respostas que procura." Para o diretor, o museu sempre esteve preparado para atender o especialista, mas precisa estar preparado para atender a todos os níveis de interesse. "Uma criança de 3 anos que quer ver uma formiguinha tem, para mim, o mesmo peso que um pesquisador", diz. "Temos de valorizar as duas coisas: a produção e a divulgação do conhecimento."