Título: Outras marcas saíram de linha
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/05/2005, Economia, p. B6

Remington e Olivetti foram obrigadas a encerrar a produção

Outras duas grandes fabricantes de máquinas de escrever manuais instaladas no Brasil foram obrigadas, até meados da década de 90, a encerrar suas produções quando o mercado começou a encolher. A Remington, cuja unidade ficava no bairro de Guadalupe, no Rio, chegou a ter quase 2 mil funcionários, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Estado. Em 1989, a empresa entrou em processo de falência. Como aconteceu com a Facit, foi assumida pelos funcionários (cerca de 800 na época), num processo fracassado de autogestão. Cerca de três anos depois, a falência foi decretada. A ex-funcionária Maria das Graças Caetano de Amorim, 52 anos, ficou quase um ano cuidando da fábrica desativada. "Todo mundo foi embora e quando eu vi estava sozinha", lembra. Da antiga unidade só restou um terreno abandonado às margens da Avenida Brasil. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, Maurício Ramos, a massa falida foi leiloada recentemente para pagar os direitos dos ex-empregados, e cerca de 900 pessoas ainda reclamam indenizações.

OLIVETTI

A tradicional marca italiana Olivetti iniciou suas atividades no País em 1952. Começou a produzir máquinas de escrever sete anos depois, com a inauguração da fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, que empregava cerca de 400 pessoas. A primeira máquina fabricada foi a Lexikon 80.

Mas o foco da Olivetti não ficou num único produto. Evoluiu na direção de eletroeletrônicos e, mais tarde, eletrônicos para informática e telecomunicações. A fábrica de Guarulhos funcionou por quase 40 anos, mas foi desativada em 1996, quando a companhia concentrou seus produtos em duas unidades em Manaus, com o incentivo da Zona Franca. Há dois anos, a Olivetti foi integrada ao Grupo Telecom Itália, que opera no setor de telecomunicações.