Título: Dólar sobe de novo. Risco também
Autor: Silvana Rocha e Mario Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/05/2005, Economia, p. B12

Depois de recuar durante toda a manhã, o dólar comercial inverteu a mão e fechou em alta pela quarta vez seguida, avançando 0,20%, para R$ 2,482. Esse comportamento afasta ainda mais a possibilidade de retorno do Banco Central à compra de moeda americana, segundo operadores. O paralelo subiu 0,11%, vendido a R$ 2,76. O Ibovespa teve ligeira alta de 0,14%, o C-Bond perdeu 0,44%, vendido com ágio de 0,56%, e o risco país subiu 2,02%, para 455 pontos. A dúvida sobre a decisão do Copom manteve os investidores cautelosos. O giro financeiro à vista caiu 14%, para US$ 1,067 bilhão. O BC confirmou as expectativas ao informar que não fará hoje o leilão de swap cambial reverso, pela décima semana consecutiva. No mercado futuro, os investidores reforçaram as apostas no avanço das cotações. Os dez vencimentos negociados projetaram alta. Para 1.º de junho, a projeção é de uma valorização de 0,21%.

Nos EUA, a inflação ao produtor acima do esperado e a desaceleração da produção industrial (ver página B9) fizeram o investidor fugir para os títulos do Tesouro americano. Com isso, os títulos da dívida brasileira caíram e o risco país subiu.

Hoje, devem ingressar nas reservas os US$ 500 milhões captados pelo Brasil na semana passada. Assim, as reservas (incluindo os recursos do FMI) subirão para US$ 61,241 bilhões.

A Bolsa paulista operou "colada" em Nova York e na expectativa quanto à reunião do Copom. O volume financeiro continua fraco, refletindo o pequeno interesse do investidor pelo mercado acionário - o giro foi de apenas R$ 1,033 bilhão. A Bovespa caiu de manhã e subiu à tarde, como as Bolsas americanas - o Dow Jones subiu 0,78% e a Nasdaq, 0,49%.

O mercado doméstico continua bastante instável, e o fraco movimento financeiro é reflexo disso. "Não há investimento local porque os juros estão muito altos. E o estrangeiro está tirando dinheiro da Bolsa", comentou um operador. Sexta-feira, saíram R$ 151 milhões líquidos de capital externo da Bovespa. Com isso, o saldo negativo no acumulado de maio aumentou para R$ 484 milhões.

As maiores altas do Índice Bovespa foram de Eletropaulo PN (4,46%), Petrobrás ON (2,84%) e Acesita PN (2,62%). As maiores quedas foram de Klabin PN (3,70%), Embraer ON (3,64%) e Brasil Telecom Par ON (3,30%).