Título: CSN vai investir US$ 400 milhões na Europa
Autor: Paula Puliti
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/05/2005, Economia, p. B16

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, disse ontem que a empresa vai investir US$ 400 milhões em Portugal ou na Espanha. A empresa estuda duas opções: consolidar o controle sobre a Lusosider, da qual já tem 50%, ou iniciar um novo negócio. O objetivo final é agregar valor às placas que serão produzidas no novo alto-forno da empresa, que será construído no Rio de Janeiro ou em Minas Gerais. Segundo Steinbruch, a preferência da CSN é por Portugal, mas a decisão da empresa depende de incentivos. A Espanha também disputa o investimento da siderúrgica. "Nós torcemos por Portugal", disse o empresário, completando que a escolha será feita até o fim do ano. Steinbruch participou ontem do Fórum Portugal, na sede da Fiesp.

O novo alto-forno da siderúrgica, um investimento estimado em US$ 2,5 bilhões, vai produzir entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas de placas. Segundo o executivo, a empresa pretende decidir até o início do segundo semestre onde a unidade será construída.

Steinbruch disse que, em meados do ano passado, a CSN pensava em investir os US$ 400 milhões na Lusosider. No entanto, o projeto ficou parado porque "não houve agilidade suficiente para viabilização do investimento". Mesmo assim, a empresa continuou a estudar o mercado português, já que Portugal pode operar como porta de entrada dos produtos da empresa para a Europa.

A projeção inicial na Lusosider era de fabricação de laminados a fio e galvanizados. Agora, com a mudança de planos, a idéia é produzir bobinas. De qualquer forma, segundo o executivo, o investimento tem como meta tornar o aço o segundo principal produto exportado por Portugal. "Para isso, queremos tratamento similar ao dado à indústria automobilística, maior exportadora de Portugal."

RECURSOS

Steinbruch informou também que a empresa pleiteia junto ao BNDES muito mais que os R$ 7 bilhões divulgados pela revista Veja nesta semana. Segundo o executivo, a CSN sempre acreditou no Brasil e pretende "investir pesado" no País. "Estamos preparados para uma nova fase de investimentos, pois haverá retomada na economia no Brasil e no mundo."

O presidente da CSN confirmou que a empresa pretende estudar a compra de todos os ativos que a Vale do Rio Doce colocar à venda. Segundo ele, a CSN está capitalizada e estruturada, e o momento é muito bom para investir.