Título: Alckmin diz ter fila de nomes para a Febem
Autor: Elizabeth Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2005, Metrópole, p. C3

O governador Geraldo Alckmin afirmou ontem que ainda não definiu o nome do novo presidente da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), não tem pressa nessa indicação. "Não tenho nome e não há necessidade de correria." O vice-presidente, Cesar Moralles, responde interinamente pela instituição. Alckmin fez essas afirmações após a posse do novo secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Hédio da Silva Júnior. Ao contrário do antecessor, Alexandre de Moraes, que vai assumir um lugar no Conselho Nacional de Justiça, Hédio não vai acumular a presidência da Febem. Alckmin aproveitou para negar que tenha problemas para escolher o novo presidente. "Ao contrário, tem fila de pessoas dispostas a cumprir essa tarefa porque acreditam no projeto e na recuperação dos adolescentes." Alckmin reconheceu, entretanto, que o trabalho na Febem é "difícil".

Hédio, que foi qualificado pelo governador como o "secretário do diálogo, com a vantagem de ser muito atuante na área dos direitos humanos", afirmou que uma de suas prioridades será continuar o projeto iniciado por Moraes. Ele falou da importância dos três pilares do trabalho: construção de 41 unidades de pequeno porte, projeto pedagógico que separa o educador do disciplinador e abertura das unidades à sociedade.

"Espero que possamos, num prazo curto, descortinar o horizonte de uma solução duradoura para um problema que aflige o governo e a sociedade brasileira."

DOCUMENTO

Já há quem diga que o velho sistema estrutural da Febem está de volta. Entidades ligadas à defesa dos jovens enviaram documento ao Ministério Público e ao Departamento de Execuções da Infância e Juventude (Deij) sobre maus-tratos no Complexo do Tatuapé. Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, há adolescentes confinados em celas superlotadas e indícios de agressão. O documento diz que funcionários foram "demitidos, com recontratação de antigos agentes de apoio técnico, escolhidos com base no porte físico".

Em Bauru, a Febem enfrentou duas rebeliões em menos de 24 horas. Há 74 internos. Em ambos, eles fizeram funcionários reféns. Em Franco da Rocha, internos da Unidade 21 também iniciaram um tumulto após uma tentativa de fuga.