Título: EUA advertem que países não terão poder de veto
Autor: The New York Times
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2005, Internacional, p. A10

Os EUA advertiram quatro nações, incluindo o Brasil, que estão fazendo campanha para obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU que não apoiarão suas causas a menos que elas concordem em não pedir o direito a veto que os atuais cinco membros permanentes têm, disseram diplomatas e altos funcionários do governo. Brasil, Índia, Alemanha e Japão estão insatisfeitos com essa posição. "O Conselho de Segurança não é como um avião, com primeira classe, classes executiva e econômica", disse Ryozo Kato, embaixador do Japão nos EUA.

Os quatro países estão fazendo campanha a nível mundial. O Japão convocou mais de 100 embaixadores e chefes de missão de suas embaixadas em todo o mundo para reuniões na próxima semana em Tóquio, onde o chanceler Nobutaka Machimura os pressionará a fazer lobby com os governos anfitriões para obter apoio.

Wolfgang Ischinger, embaixador da Alemanha em Washington disse: "Estou certo de que estamos fazendo a mesma coisa, garantindo que cada um de nós saiba como levar isso adiante."

Ronaldo Sardenberg, embaixador do Brasil na ONU, disse: "Todo nosso establishment diplomático está mobilizado para isso." Sardenberg disse que seu país proporá que as quatro nações tenham garantido o poder de veto que não poderia ser usado por 15 anos. Em 2020, disse ele, as Nações Unidas poderiam realizar uma conferência para decidir se levantariam a proibição do uso de veto. Os quatro países precisam do apoio de 128 nações, dois terços dos 191 membros da ONU, para emendar a Carta da ONU. A questão está programada para ser votada durante o encontro de setembro da Assembléia-Geral.

Junto aos quatro países, três nações africanas - Egito, Nigéria e África do Sul - estão levando adiante campanhas individuais para uma das seis novas cadeiras permanentes propostas pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.