Título: Oposição acha possível incluir IRB em CPI
Autor: Vasconcelo Quadros
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/05/2005, Nacional, p. A7

Se ficarem comprovados indícios de irregularidades nas operações do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), os líderes dos partidos de oposição acham que o assunto poderá ser incluído nas investigações da futura CPI dos Correios. Por enquanto, os integrantes da oposição acham que ainda é cedo para que seja feita uma investigação por parte do Congresso. A presidência do Instituto é ocupada por Luiz Apolonio Neto, nomeado há cerca de 50 dias, por indicação do presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ). "Não temos elementos para fazer investigação no IRB. Existem apenas especulações. Para que o Congresso Nacional possa ter uma ação é preciso mais do que isso", disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP). Em sua avaliação, a hipótese de criação de uma CPI específica para investigar o IRB seria precipitada.

Por enquanto, Goldman avalia que uma comissão permanente da Câmara poderá convidar o presidente do IRB e seus diretores para explicarem a atuação do instituto. "Poderão vir falar em alguma comissão, mas sem caráter de investigação", afirmou o tucano.

O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), também acredita que não há como o Legislativo investigar, nesse momento, o IRB.

"Não há nenhum fato específico ou determinado para se averiguar o instituto", argumentou o pefelista.

Assim como Goldman, Maia não vê como incluir agora na CPI dos Correios apuração sobre a atuação dos apadrinhados políticos no instituto.

Quatro dos cinco diretores do IRB, que tem negócios de US$ 300 milhões por ano no exterior, foram indicados por políticos. O atual presidente Luiz Apolonio Neto substituiu Lídio Duarte que, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu o comando do IRB por indicação do ex-presidente do PTB José Carlos Martinez, morto no ano passado em um acidente aéreo.