Título: Segundo sindicato, adesão a movimento foi de 70%, em média
Autor: James Allen
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2005, Economia, p. B3

Os funcionários da Infraero promovem desde ontem manifestações reivindicando a adoção de um plano de carreira, que representará 30% sobre os salários, além do reajuste da data-base. A pressão, porém, não foi sentida pelos usuários dos 66 aeroportos mantidos pela Infraero em todo o País. De acordo com a assessoria de comunicação social da estatal, todos os aeroportos operaram normalmente durante todo o dia. Hoje os manifestantes prometem tomar o saguão do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek (JK), de Brasília, a partir das 7 horas. A informação é do presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), José Alencar Gomes Sobrinho. O objetivo da ocupação do saguão do JK é sensibilizar os parlamentares que chegam a Brasília.

Nos cálculos do sindicato, a paralisação das atividades dos funcionários chegou a uma média de 70%. Porém, como os funcionários da Infraero só operam na segurança dos vôos e de desembarque de carga, não deveria haver atrasos nos vôos, segundo explicou Alencar. Na semana passada, Alencar havia afirmado que a adesão total atrasaria embarques e desembarques, poderia causar a perda de bagagens e inviabilizaria a expedição ou recebimento de importações e exportações.

De acordo com o sindicato, o Aeroporto de Pelotas (RS), com apenas 18 funcionários, teve 100% de paralisação. Já no Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, os números sobre a paralisação divergem. Segundo o sindicato, a greve teve adesão de 75% dos aeroportuários. Para a Infraero, apenas 5,7% dos 1.200 funcionários pararam. Até o fechamento desta edição, não havia levantamento da paralisação nos aeroportos do Rio de Janeiro.

O sindicalista já contabilizava como vitória a desistência do governo de privatizar parte da Infraero com a venda de ações para promover a sua capitalização. A decisão foi anunciada na sexta-feira passada. Ontem, o presidente da empresa, Carlos Wilson Campos, divulgou nota afirmando que ainda está negociando com o governo a adoção do plano de carreira reivindicado pelos aeroportuários.