Título: Oposição protocola CPI dos Correios com 18 assinaturas do PT
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/05/2005, Nacional, p. A4

Requerimento com 230 assinaturas de deputados e 46 de senadores foi entregue ontem à tarde à secretaria-geral do Congresso

PFL: 14 (de 16 senadores) - Antonio Carlos Magalhães (BA), César Borges (BA), Demóstenes Torres (GO), Edison Lobão (MA), Efraim Morais (PB), Heráclito Fortes (PI), Jorge Bornhausen (SC), José Agripino (RN), José Jorge (PE), Marco Maciel (PE), Maria do Carmo Alves (SE), Paulo Otávio (DF),Rodolpho Tourinho (BA), Romeu Tuma (SP) PMDB: 7 (de 23 senadores) - Hélio Costa (MG), João Batista Motta (ES), Mão Santa (PI), Pedro Simon (RS), Sérgio Cabral (RJ), Valmir Amaral (DF), Wirlande da Luz (RR) PSDB: 13 (de 13 senadores) - Almeida Lima (SE), Álvaro Dias (PR), Antero Paes de Barros (TO), Arthur Virgílio (AM), Eduardo Azeredo (MG), Eduardo Siqueira Campos (TO), Fernando Flexa Ribeiro (PSDB), Leonel Pavan (SC), Lúcia Vânia (GO), Reginaldo Duarte (CE), Sérgio Guerra (PE), Tasso Jereissati (CE),Teotônio Vilela (AL) PSOL: 2 (de 2 senadores) - Geraldo Mesquita (AC), Heloísa Helena (AL) PTB: 3 (de 3 senadores) - Fernando Bezerra (RN),Mozarildo Cavalcanti (RR), Sérgio Zambiasi (RS) PDT: 4 (de 4 senadores) - Augusto Botelho (RR), Jefferson Péres (MA), Juvêncio da Fonseca (MS), Osmar Dias (PR) PSB: 3 (de 3 senadores) - Antonio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP), Nezinho Alencar (TO) SENADO: 46 ASSINATURAS PELA CPI

CÂMARA: 230 ASSINATURAS PELA CPI

PFL: 53 (de 62 deputados) - André de Paula (PE), Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), Aroldo Cedraz (BA), Betinho Rosado (RN), Carlos Melles (MG), Celcita Pinheiro (MT), Chico Sardelli (SP), Claudio Cajado (BA), Corauci Sobrinho (SP), Coriolano Sales (BA), Davi Alcolumbre (AP), Eduardo Sciarra (PR), Fábio Souto (BA), Félix Mendonça (BA), Fernando de Fabinho (BA), Francisco Rodrigues (RR), Gervásio Silva (SC), Jairo Carneiro (BA), João Batista (SP), José Carlos Aleluia (BA), José Carlos Araújo (BA), José Carlos Machado (SE), José Mendonça Bezerra (PE), José Roberto Arruda (DF), José Rocha (BA), José Thomaz Nonô (AL), Júlio César (PI), Kátia Abreu (TO), Laura Carneiro (RJ), Luiz Carlos Santos (SP), Luiz Carreira (BA), Marcos Abramo (SP), Milton Barbosa (BA), Moroni Torgan (CE), Murilo Zauith (MS), Mussa Demis (PI), Ney Lopes (RN), Onyx Lorenzoni (RS), Osório Adriano (DF), Osvaldo Coelho (PE), Pauderney Avelino (AM), Paulo Bauer (SC), Paulo Magalhães (BA), Roberto Brant (MG), Roberto Magalhães (PE), Roberto Nunes (BA), Robson Tuma (SP), Rodrigo Maia (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Robério Nunes (BA), Vic Pires Franco (PA), Vilmar Rocha (GO), Zelinda Novaes (BA) PSDB: 48 (de 51 deputados) - Affonso Camargo (PR), Alberto Goldman (SP), Ana Alencar (TO), Anivaldo Vale (PA), Antenor Naspolini (CE), Antonio Cambraia (CE), Antonio Carlos Mendes Thame (SP), Antonio Carlos Pannunzio (SP), Ariosto Olanda (CE), Atila Lira (PI), Bismarck Maia (CE), Bonifácio de Andrada (MG), Bosco Costa (SE), Carlos Alberto Lereia (GO), Carlos Sampaio (SP), Custódio Mattos (MG), Domiciano Cabral (PB), Eduardo Barbosa (MG), Eduardo Gomes (TO), Eduardo Paes (RJ), Gonzaga Mota (CE), Gustavo Fruet (PR), Itamar Serpa (RJ), João Almeida (BA), João Campos (GO), João Castelo (MA), Jorge Vi (AL), Júlio Redecker (RS), Júlio Semeghini (SP), Jutahy Junior (BA), Lobbe Neto (SP), Luiz Carlos Hauly (PR), Márcio Fortes (RJ), Nárcio Rodrigues (MG), Nicias Ribeiro (PA), Nilson Pinto (PA), Paulo Feijó (RJ), Rafael Guerra (MG), Ronaldo Dimas (TO), Sebastião Madeira (MA), Silvio Torres (SP), Thelma de Oliveira (MT), Vicente Arruda (CE), Walter Barelli (SP), Xico Graziano (SP), Yeda Crusius (RS), Zenaldo Coutinho (PA), Zulaiê Cobra (SP) PMDB: 29 (de 85 deputados) - Almerinda de Carvalho (RJ), Bernardo Ariston (RJ), Carlos Eduardo Cadoca (PE), Carlos Willian (MG), Cézar Schirmer (RS), Darcísio Perondi (RS), Deley (RJ), Dr. Heleno (RJ), Edson Ezequiel (RJ), Fernando Lopes (RJ), Gastão Vieira (MA), Geddel Vieira Lima (BA), Gervásio Oliveira (AP), Gilberto Nascimento (SP), Inocêncio de Oliveira (PE), Jair de Oliveira (ES), João Correia (AC), Jorge Alberto (SE), José Divino (RJ), Leandro Vilela (GO), Lupércio Ramos (AM), Marcello Siqueira (MG), Mendes Ribeiro Filho (RS), Nelson Bornier (RJ), Osvaldo Reis (TO), Pastor Pedro Ribeiro (CE), Paulo Lima (SP), Waldemir Moka (MS), Wladimir Costa (PA) PT: 18 (de 91 deputados) - André Costa (RJ), Antônio Carlos Biscaia (RJ), Carlos Santana (RJ), Chico Alencar (RJ), Dr. Rosinha (PR), Dra. Clair (PR), Gilmar Machado (MG), Ivan Valente (SP), João Alfredo (CE), Jorge Boeira (SC), Luci Choinacki (SC), Nazareno Fonteles (PI), Orlando Fantazzini (SP), Paulo Ruben Santiago (PE), Virgilio Guimarães (MG), Valter Pinheiro (BA), Wasny de Roure (DF), Zé Geraldo (PA) PP: 16 (de 53 deputados) - Antônio Cruz (MS), Augusto Nardes (RS), Érico Ribeiro (RS), Féu Rosa (ES), Ibrahim Abi-Ackel (MG), Ivan Ranzolin (SC), Jair Bolsonaro (RJ), Luiz Carlos Heinze (RS), Nilton Baiano (ES), Ricardo Barros (PR), Sérgio Caiado (GO), Suely Campos (RR), Vadão Gomes (SP), Vanderlei Assis (SP), Wagner Lago (MA), Zonta (SC) PPS: 15 (de 17 deputados) - B. Sá (PI), Cézar Silvestri (PR), Cláudio Magrão (SP), Colbert Martins (BA), Dimas Ramalho (SP), Denise Frossard (RJ), Fernando Coruja (SC), Geraldo Resende (MS), Geraldo Thadeu (MG), Ivan Paixão (SE), Júlio Delgado (MG), Nelson Proença (MS), Raul Jungmann (PE), Roberto Freire (PE), Rogério Teófilo (AL) PTB: 12 (de 47 deputados) - Antonio Joaquim (MA), Armando Monteiro (PE), Elaine Costa (RJ), Jackson Barreto (SE), José Múcio Monteiro (PE), Jovair Arantes (GO), Kelly Moraes (RS), Luiz Antônio Fleury (SP), Marcondes Gadelha (PB), Neuton Lima (SP), Roberto Jefferson (RJ), Silas Câmara (AM) PL/PSL: 9 (de 51 deputados) - Enio Tatico (GO), Hamilton Casara (RO), Inaldo Leitão (PB), João Paulo Gomes da Silva (MG), Lincoln Portela (MG), Luiz Antônio de Medeiros (SP), Neucimar Fraga (ES), Wellinton Fagundes (MT), Wellington Roberto (PB), PDT: 8 (de 14 deputados) - Alceu Collares (RS), André Figueiredo (CE), João Fontes (SE), Jurandir Boia (AL), Manato (ES), Neiva Moreira (MA), Pompeo de Mattos (RS), Severiano Alves (BA) PSB: 6 (de 17 deputados) - André Zacharow (PR), Gonzaga Patriota (PE), Janete Capiberibe (AP), Luciano Leitoa (MA), Luiza Erundina (SP), Sandra Rosado (RN) PC do B: 5 (de 9 deputados) - Alice Portugal (BA), Daniel Almeida (BA), Inácio Arruda (CE), Jandira Feghali (RJ), Vanessa Grazziotin (AM) PV: 5 (de 7 deputados) - Edson Duarte (BA), Fernando Gabeira (RJ), Jovino Cândido (SP), Leonardo Mattos (MG), Vittório Medioli (MG) Sem partido: 3 (de 5 deputados) - Alberto Fraga (DF), Babá (PA), Luciana Genro (RS) Prona: 2 (de 2 deputados) - Elimar Máximo Damasceno (SP), Enéas (SP) PSC: 1 (de 2 deputados) - Costa Ferreira (MA) Eugênia Lopes Denise Madue¿o Colaboraram: Gilse Guedes e Christiane Samarco BRASÍLIA

Pela primeira vez desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo não teve força política para impedir que a oposição obtivesse as assinaturas necessárias para conseguir comissão parlamentar de inquérito (CPI) que lhe é desconfortável. Partidos de oposição entregaram ontem à secretaria-geral da Mesa do Congresso requerimento com 230 assinaturas de deputados e 46 de senadores para criar a CPI dos Correios no Senado e na Câmara.

A comissão mista investigará denúncias de cobrança de propina por esquema de extorsão nos Correios. Na base aliada, apoiaram a CPI 101 deputados e 10 senadores - 7 do PMDB e 3 do PTB.

A formalização da CPI dos Correios, porém, só vai ocorrer mesmo na próxima semana, quando o requerimento será lido em plenário pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Até lá os deputados que se arrependerem da assinatura podem voltar atrás e retirá-la. E é com essa última cartada que o governo conta para derrubar a CPI. "Você tem certeza de que vai ter CPI? Ainda tem muita água para rolar debaixo dessa ponte", disse ontem à noite líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), ao ser questionado se indicaria nomes dos petistas que vão integrar a comissão.

À noite o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que a bancada do partido no Senado vai decidir hoje, em reunião ao meio-dia, se assina ou não o pedido de CPI. A decisão, segundo Suplicy, significará a adesão ou rejeição em bloco da bancada ao pedido.

SEM PRESSA

Para os parlamentares aliados, o governo esperou 24 horas para começar a trabalhar para inviabilizar a CPI. Mesmo assim, estão confiantes em que será possível convencer deputados a retirar suas assinaturas. "Eles (governistas) estão pressionando e nós sabíamos que isso iria acontecer", afirmou o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). "Não temos pressa em coletar novas assinaturas, como a pressa que o governo tem de tentar retirá-las", completou ele ao protocolar o pedido de CPI.

No Senado, nenhum petista apoiou a proposta. Os senadores Cristovam Buarque (DF), Eduardo Suplicy (SP) e Tião Viana (AC) pretendiam assinar, mas recuaram diante dos apelos do líder da bancada petista, Delcídio Amaral (MS). Mas Cristovam é a favor da abertura da CPI. "Não fazer a CPI complica mais e parece que estão (o governo) escondendo alguma coisa", disse.

Na Câmara, o PT contribuiu com 18 assinaturas, a maior parte das correntes de esquerda. Vicente Paulo da Silva (PT-SP) assinou o requerimento, mas voltou atrás. No PTB de Roberto Jefferson (RJ), acusado de ligação com o esquema, 12 dos 47 deputados assinaram o pedido de CPI. No PMDB, 26 deputados assinaram e no PL, 9, do total de 50.

PROCEDIMENTO

A secretaria-geral da Mesa do Congresso começa a conferir hoje as assinaturas dos parlamentares no requerimento de CPI. Só depois de confirmadas as assinaturas de todos é que o pedido será lido no plenário do Senado, por Renan. A CPI vai funcionar por 180 dias.

Hoje no fim da tarde, Renan e o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), vão se reunir para agendar a sessão do Congresso em que será lido o requerimento de CPI.

Segundo aliados, "é real" a disposição dos líderes dos grandes partidos de investigar as denúncias, divulgadas em reportagem da revista Veja, e não há dúvidas de que PMDB, PSDB, PFL e PTB vão indicar seus representantes na comissão, o que garantiria o quórum para a instalação da CPI, mesmo que o PT não faça indicações.