Título: Doença está presente em 18 Estados e no DF
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/05/2005, Vida&, p. A12

Apesar da constante redução do número de infectados desde o início da década de 1950, a esquistossomose mansônica tem ampla distribuição geográfica no Brasil, conforme a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. A doença é considerada endêmica em Estados da Região Nordeste, principalmente Alagoas, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Paraíba, no norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. Mas é detectada, com maior ou menor intensidade, em 18 Estados e no Distrito Federal. Especialistas, contudo, consideram difícil traduzir esse quadro em números. Segundo estimativas, existem de 7 milhões a 12 milhões de pessoas infectadas no País. Segundo a SVS, nas últimas duas décadas o índice de contaminados tem ficado entre 5,5% a 11,6% da população examinada. Nos Estados onde a doença é considerada uma endemia, estão os maiores coeficientes de mortalidade e proporção de internações. ¿Nesses locais, há prevalência de até 50% da população¿, salienta o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna. Embora a tendência no Brasil seja de redução dos indicadores, a mortalidade por formas graves da esquistossomose ainda representa ¿um importante problema de saúde¿ nas áreas endêmicas do Nordeste, segundo a SVS. Nesse caso, a pessoa pode morrer por hemorragia digestiva. Há também o que Luna chama de ¿uma forma mais focal¿ da esquistossomose. Segundo ele, é o que ocorre, por exemplo, em cidades interior de São Paulo, como Campinas, onde a contaminação acontece em lagoas da periferia. ¿Crianças e adolescentes vão tomar banho nessas lagoas e acabam se infectando.¿

A contaminação ocorre em lagoas ou rios infectados pelas larvas do Schistosoma mansoni, que se utiliza de um caramujo de água doce como hospedeiro intermediário. Febre, calafrios, dores de cabeça, vômitos, náusea e tosse seca são os primeiros sintomas da doença. A infecção pode evoluir para um quadro mais grave de inchaço do fígado e baço, além de hemorragias causadas por rompimento de varizes que se formam no esôfago e abdômen dilatado.