Título: Liquidação no fim da Bienal do Livro
Autor: Beatriz Coelho Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/05/2005, Vida&, p. A14

A 12.ª Bienal Internacional do Livro terminou ontem com o Riocentro lotado e em clima de liquidação. Os 944 expositores queimaram os estoques e quase ninguém saiu sem pelo menos um volume. O público superou expectativas mais otimistas. Só no fim de semana, foram 160 mil pessoas, 40 mil a mais que o esperado. O sábado de sol levou 89 mil pessoas aos 55 mil metros quadrados da bienal. O domingo chuvoso trouxe 70 mil visitantes. A estimativa para os 12 dias do evento dias é de 630 mil pessoas. O visitante mais ilustre do fim de semana foi o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Sarney (PMDB-AP) estiveram lá na sexta-feira. Serra foi ontem, após reunir-se com o prefeito em exercício do Rio, Otávio Leite. Confessando-se um viciado em leitura, comprou, de imediato, dois exemplares do romance de ficção científica O Homem dos Dados , de Luke Rhinhart, um clássico dos anos 1970. "Um para dar de presente e o outro para repor o meu original", disse. "Vou dar uma olhada, mas preciso me conter porque meu único vício é livro."

Serra evitou falar de política e não quis comentar críticas da ex-prefeita Marta Suplicy. "Ela perdeu a eleição, não há por que respondê-la." Mas trouxe uma proposta ao prefeito do Rio, de criar programas de incentivo ao turismo entre as duas cidades. E ainda fez um elogio à bienal. "É melhor e maior que a de São Paulo."

Os organizadores do evento, o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Paulo Rocco, e o diretor da Fagga, Arthur Repsold, comemoraram o elogio e os números desta bienal. "O público cresceu 12,5% em relação a 2003 e a venda de livros, 44%", disse Rocco.