Título: 'Caio fora se partidarizarem a comissão', diz provável relator
Autor: José Ramos
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/05/2005, Nacional, p. A10

A CPI da Câmara que investigará as privatizações do setor elétrico ocorridas no governo Fernando Henrique Cardoso já preocupa seus prováveis integrantes. "A CPI não pode estar a serviço de um partido ou de uma candidatura", afirmou o deputado Luiz Carlos Santos (PFL-SP), o provável relator dos trabalhos da Comissão. "Se eu for convidado para relatar e partidarizarem, eu caio fora", avisou Santos que, no governo passado presidiu Furnas e foi ministro da Articulação Política. O deputado João Pizzolatti (PP-SC), autor do requerimento de criação da CPI e um dos mais cotados para presidir os trabalhos, informou que pretende sugerir instrumentos para evitar a partidarização da comissão.

Um desses instrumentos, disse ele, é que só sejam chamadas para depor pessoas vinculadas ao fato sob investigação. E quem aprovar um requerimento de convocação, não poderá mais retirá-lo, para evitar o risco de negociações, segundo o deputado.

"Essa CPI é muito séria para ser instalada sem um entendimento sobre a formatação e os critérios de funcionamento", argumentou ele. "Essa foi a razão para a demora na instalação", disse.

Pizzolatti acredita que o feriado da próxima quinta-feira poderá prejudicar uma eventual mobilização dos deputados para a reunião da CPI, marcada inicialmente para terça-feira. A sua expectativa é a de que a Comissão Parlamentar de Inquérito inicie seus trabalhos no início de junho