Título: Público cresce 12,5% e venda, 44%
Autor: Beatriz Coelho Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/05/2005, Caderno 2, p. D3

Sucesso total. A 12.ª Bienal Internacional do Livro terminou domingo com um público recorde de 630 mil pessoas, 12% a mais que a anterior. O faturamento bruto e a venda de livros também cresceram, mas o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e a Fagga, responsáveis pelo evento, comemoram mais a repercussão. "Foi um programa cultural para todas as classes sociais e idade. Foram 95 atividades paralelas, sempre lotadas", comemorou o presidente no Snel, Paulo Rocco. "Quase todo visitante comprou pelo livro. Como 28% do público nunca tinha entrado numa livraria, conseguimos novos leitores." A questão é se esse crescimento reflete o mercado editorial que, segundo Rocco, movimenta R$ 2,5 bilhões por ano. Ele e o editor Eduardo Salomão, da Imago, acreditam que não. "Esse público não é o da livraria", explica Rocco, que sabe o que o leitor busca. "Livros para pré-adolescentes (por volta dos 12 anos), que lê os clássicos na escola, mas quer uma literatura criada para ele, e ficção", revela. "Com preferência pelo autor brasileiro", completa Salomão.

Isso não empanou a homenagem à França, que trouxe 16 escritores, dos veteranos Michel Buttor, criador do nouveau roman, e Gilles Lapouge, correspondente do Estado há meio século, aos novatos Lolita Pille e Hafid Aggoune. O embaixador Jean de Glinasty esbanjou elogios. "A organização e o tamanho ganham de longe do Salão de Paris e a Bienal só perde para a Feira de Frankfurt."

O sucesso da iniciativa está no aumento de visitantes com idades entre 15 e 24 anos (de 30% do total em 2003 para 45% em 2005). "Um terço deles já tinha vindo à Bienal em visitações escolares", contou Rocco, que anunciou a data da 13.ª edição, entre 17 e 27 de maio de 2007. "E com o Riocentro já reformado para os Jogos Pan-Americanos", prometeu o diretor da Fagga, Arthur Repsold.