Título: Clientes estão otimistas, mas ainda esperam muito
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/05/2005, Economia, p. B6

A vendedora Daiane Cristina de Souza Lacerda, de 29 anos, nem se atreveu a entrar ontem na agência bancária do centro de São Paulo para pagar uma conta telefônica que estava vencendo. "Vou pagar amanhã com multa", lamentou. Como ela tem uma hora de folga para almoço, restavam-lhe apenas 15 minutos para retomar o trabalho. "Acho que essa fila não vai andar em 15 minutos." Daiane conta que todos os dias vai a o banco para pagar contas e que não usa serviços da internet nem caixa automático. "A medida que limita o tempo de espera do atendimento é excelente. Acho um absurdo ficar tantas horas no banco."

O vendedor Antonio dos Santos, de 26 anos, concorda com Daiane. "A medida é muito boa, pois o tempo perdido na fila do banco atrapalha muito a vida", afirmou. Todos os dias ele vai ao banco fazer os serviços da firma e, com isso, deixa de lado a sua atividade principal que é vender. Ao todo são três horas gastas nas agências bancárias a cada semana.

Na análise do vendedor, a longa fila de espera é reflexo do menor número de funcionários e também da falta de treinamento de muitos deles no atendimento ao público.

A microempresária Samara Aparecida Vieira Santos Silva, de 43 anos, também comemorou a entrada em vigor da nova lei. Ontem, no entanto, ela gastou cerca de 25 minutos apenas na fila de uma agência bancária. "Normalmente vou a três ou quatro bancos todos os dias. É uma perda de tempo."

Na sua opinião, a demora no atendimento é resultado da falta de funcionários. "Tem vários caixas vazios e também alguns operadores ficam batendo papo." Apesar das facilidades oferecidas pelos bancos como serviços pela internet e postos de auto-atendimento que poderiam reduzir o volume de pessoas nas filas, Samara disse que nem tudo é possível resolver sem ir ao banco.