Título: Por celular, Lula orienta ofensiva contra criação de comissão dos Correios
Autor: Cida Fontes, Gilse Guedes
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/05/2005, Nacional, p. A6

Em visita a Seul, que tem um fuso horário de 12 horas de diferença em relação a Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu muito de seu assessores e aliados para se manter informado sobre as últimas novidades de Brasília, notadamente o andamento da operação governista que visava a impedir a abertura da CPI dos Correios. Durante um boa parte do dia o presidente Lula usou o celular internacional para conversar com parlamentares do PT e com alguns ministros. Entre outros, falaram com o presidente o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo.

Outro que conversou com Lula foi o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Mais tarde Mercadante contou aos jornalistas que, no longo telefonema, o presidente avaliou que os partidos de oposição, principalmente o PSDB e o PFL, estão firmemente empenhados em impor uma nova agenda política.

COMPARAÇÃO

Mercadante contou que o presidente também lhe disse que sabe por que isso está acontecendo: para ele, o objetivo maior das oposições é evitar a comparação entre as realizações econômicas e sociais alcançadas por seu governo com as realizações obtidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

A conversa de Lula com Mercadante durou cerca de quinze minutos e ocorreu justamente no momento em que a bancada do PT do Senado estava reunida e já tinha adotado a decisão de não assinar o requerimento de instalação da CPI dos Correios.

Sempre de acordo com o relato feito aos jornalistas pelo senador Aloizio Mercadante, o presidente Lula assegurou que as ações já desfechadas pela Polícia Federal e outros organismos do governo, para apurar as denúncias sobre supostas práticas de corrupção nos Correios "serão rigorosas e isentas do princípio ao fim".