Título: Brasil quer vender tecnologia do setor para a Austrália
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/05/2005, Economia, p. B5

NOVOS MERCADOS: Neste domingo, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiver voando de volta para o Brasil depois de visitar a Coréia e o Japão, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, estará a caminho da Nova Zelândia e da Austrália. Na primeira parada, vai conhecer o sistema de financiamento privado para pesquisa de ponta em agropecuária.

Na segunda, vai tentar vender tecnologia para fabricação do etanol. "Os australianos têm cana-de-açúcar e queremos ver se eles se interessam em produzir álcool", explicou o ministro, dias antes da viagem. "Assim, sobra mais mercado de açúcar para nós."

Não que produzir álcool seja mau negócio. Os orientais, a seu modo metódico, estão interessados em incluir o etanol em sua matriz energética para reduzir a poluição e o efeito estufa, segundo compromissos assumidos no Protocolo de Kioto.

No entanto, não querem ficar dependentes do Brasil, que desponta como o grande fornecedor mundial do produto.

Sabedores dessa situação, os negociadores brasileiros vêm desde o ano passado, tentando convencer outros países a também produzirem etanol, de modo a transformá-lo em uma commodity.

A tecnologia brasileira foi oferecida a países tão diferentes como China, Vietnã, Cuba e Haiti.