Título: Mapfre vence leilão de controle da Nossa Caixa Seguros e Previdência
Autor: Thiago Veloso
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2005, Economia, p. B5

A Mapfre Vera Cruz Seguradora venceu ontem o leilão de venda do controle acionário da Nossa Caixa Seguros e Previdência, realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A empresa pagou R$ 225,828 milhões pelos 51% das ações ordinárias colocadas à venda, o que representou ágio de 46,62% sobre o preço mínimo de R$ 154 milhões. A Icatu Hartford, uma das habilitadas para o leilão, não fez nenhum lance. Já a francesa Cardif ofertou apenas o preço mínimo. O presidente da Mapfre, Antonio Cássio dos Santos, considerou o preço pago barato. Segundo ele, o potencial de venda trazido pelo balcão do banco estatal é bem superior ao valor da compra. A Nossa Caixa tem 4,5 milhões de clientes - entre correntistas e aplicadores de poupança - e uma rede de distribuição que soma 505 agências, 386 terminais eletrônicos e 7.

O executivo ressaltou ainda que a companhia já montou parceria com a Caja de Madrid - banco espanhol semelhante à Nossa Caixa -, o que facilita a operacionalização da nova empresa. Atualmente, o grupo Mapfre tem ativos avaliados em R$ 30 bilhões e está presente em 39 países.

Segundo Santos, a distribuição dos planos de previdência privada no Brasil está concentrada (90%) nas mãos dos bancos, o que impossibilitava um crescimento expressivo da Mapfre no segmento. "Tínhamos muito claro que efetuaríamos essa compra. Agora, pretendemos voltar a uma mercado que tínhamos deixado de explorar por conta dos problemas de distribuição."

A carteira de previdência da Mapfre tem ativos em torno de R$ 270 milhões e a de Vida, R$ 400 milhões, o que a coloca, segundo Santos, na posição de maior seguradora independente nesse ramo.

"Nosso foco vai ser a venda produtos individuais", informou ele, ressaltando que a operação deve se iniciar no começo do próximo semestre. A marca dos produto ainda será definida entre os conselhos de administração das duas empresas, assim como outros detalhes da operação.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informou ontem, no entanto, que entrou com recurso próprio para suspender os efeitos do leilão. "Não vamos desistir. Vamos tentar todos os recursos Jurídicos pra barrar os efeitos da venda e manter o banco como patrimônio público", afirmou, em nota, o presidente da entidade, Luiz Cláudio Marcolino.