Título: Plano B dos governistas será limitar a investigação
Autor: Christiane Samarco e Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2005, Nacional, p. A4

BRASÍLIA Para evitar surpresas, o governo já prepara plano alternativo caso a CPI dos Correios seja criada hoje na sessão conjunta do Congresso. Seu plano B será limitar as investigações aos Correios e ao fato específico do requerimento. Para isso integrantes governistas da comissão serão escolhidos por critério que leva em conta, em primeiro lugar, a fidelidade ao partido. "O comando será partidário. Cada líder escolherá os parlamentares ligados a ele", afirmou o líder do PP na Câmara, José Janene (PR), que já tem em mente os nomes dos deputados Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) e Nélio Dias (PP-RN), caso a CPI seja instalada. A indicação para a CPI é proporcional ao tamanho das bancadas. Em CPI com 15 membros, o PP na Câmara poderá indicar 2 deputados. Para os governistas, o limite de atuação da CPI deverá ser o das denúncias publicadas na revista Veja sobre suposto esquema de pagamento de propina nos Correios. "Se for tratar dos Correios, apoiaremos os trabalhos. Se for querer atacar o governo, vamos bloquear a CPI", afirmou Janene.

O deputado Professor Luizinho (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, afirmou que o principal critério para integrar a possível CPI deverá ser a compreensão de que a investigação se restringirá aos Correios. "A indicação será de quem quer apurar e não quem quer desestabilizar o governo", afirmou. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou que o principal critério para a indicação seja a fidelidade total ao governo. Mas evitou revelar nomes que a base poderá indicar para as vagas da CPI.