Título: 'Estou à vontade no cargo', diz Jucá
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2005, Nacional, p. A6

BRASÍLIA O ministro da Previdência, Romero Jucá, não vai renunciar ao cargo por causa da autorização, dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para a abertura de investigação sobre os empréstimos concedidos pelo Banco da Amazônia (Basa) à empresa Frangonorte, da qual foi sócio. O Ministério Público reuniu inúmeros indícios de que, para obter o financiamento, a empresa apresentou garantias fraudulentas. "Me sinto extremamente à vontade para permanecer no cargo", disse o ministro, durante entrevista convocada para anunciar o déficit da Previdência em abril. Jucá assegurou ter carta branca para gerir o ministério: "A confiança do presidente Lula é total". O ministro disse que considerou a decisão do STF de autorizar a abertura de inquérito "uma conseqüência natural " do pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. "Ele (Cláudio) não denunciou nada, apenas apresentou pedido de investigação", disse o ministro da Previdência

Jucá contou que ontem mesmo telefonou para o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, para pedir pressa na investigação. "Quero essa questão esclarecida o mais rápido possível", garantiu o ministro. De acordo com Jucá, o pedido de pressa é justificável. O nome do ministro é citado em outro inquérito que corre no STF - a respeito da suspeita de desvio de recursos públicos no município do Cantar, em Roraima. Nesse caso, que está sob investigação há mais de um ano, a Polícia Federal ainda não concluiu as diligências.

PRAZO

A expectativa declarada por Jucá é de que, dessa vez, a polícia conclua a investigação dentro do prazo dado pelo Supremo, que é de 60 dias. Jucá disse que apóia totalmente a investigação: "Tenho a consciência tranqüila. Não cometi nenhuma irregularidade."