Título: Líder terrorista à beira da morte?
Autor: AP, Reuters e AFP
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2005, Internacional, p. A13

O terrorista mais procurado pelos EUA no Iraque, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, pode estar ferido e correndo risco de morte. A notícia sobre os ferimentos de Zarqawi apareceu ontem num site usado pelo grupo dele, a Organização Al-Qaeda pela Guerra Santa no Iraque, um braço da rede terrorista Al-Qaeda. Trata-se de um site no qual os grupos radicais islâmicos costumam assumir a autoria de atentados ou seqüestros de estrangeiros. A rede dirigida por Zarqawi se responsabilizou por vários ataques com carro-bomba que mataram centenas de pessoas. Sua captura ou morte é tão importante para os EUA que o Departamento de Estado oferece recompensa de US$ 25 milhões para informações que contribuam para isso - mesmo valor para quem der informações sobre o líder da Al-Qaeda, o saudita Osama bin Laden.

"Ó nação do Islã. Reze pela cura de nosso xeque Abu Musab al-Zarqawi de um ferimento que ele sofreu no caminho de Deus. Você é o amado combatente de Deus. Que Deus possa curá-lo e mantê-lo firme", dizia a mensagem - atribuída a Abu Maysarah Iraqi, um porta-voz do grupo de Zarqawi, e dirigida a militantes islâmicos. O anúncio coincide com recentes relatos de que Zarqawi estava doente ou fora atingido num confronto com tropas americanas no oeste do Iraque - um dos focos da resistência à ocupação e ao governo. Soldados americanos chegaram a invadir um hospital na cidade de Ramadi, depois de informações de que o jordaniano estaria ali.

Após a divulgação do comunicado, um membro do grupo de Zarqawi, Abu Karar, afirmou que o líder terrorista foi baleado "entre o ombro e o peito" num confronto no fim de semana com forças iraquianas e americanas em Ramadi, informou a Associated Press. Karar disse que Zarqawi perdeu a consciência várias vezes, mas agora sua condição é estável e tem condição estável e está sendo tratado por médicos.

Os EUA reagiram com cautela à notícia. "No passado, já houve muitas informações divulgadas que não se confirmaram", disse um oficial americano, sob anonimato, enfatizando não haver ainda comprovação da autenticidade da mensagem na internet.

Atentados e emboscadas mataram pelo menos 620 pessoas (552 iraquianos e 58 soldados americanos) desde a formação do novo governo do Iraque, em 28 de abril. Somente nos últimos três dias 14 militares dos EUA foram mortos, incluindo três ontem na explosão de um carro-bomba em Bagdá. Ainda na capital, um carro-bomba deixado perto de uma escola para meninas matou seis pedestres.