Título: Koizumi rejeita críticas da China por visitas a templo
Autor: EFE, AP e AFP
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2005, Internacional, p. A13

TÓQUIO O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, rejeitou ontem as críticas da China a suas visitas a um polêmico templo que Pequim considera um símbolo do imperialismo japonês e acusou o governo chinês de acirrar as tensões entre os dois países. Em declarações à imprensa, Koizumi reiterou ontem que visitará o templo xintoísta de Yasukuni, em Tóquio, quando achar necessário. A China manifestou ontem irritação com a insistência de Koizumi em visitar o santuário esclarecendo que, por isso, cancelou inesperadamente o encontro entre sua vice-primeira-ministra Wu Yi e o primeiro-ministro japonês na segunda-feira. A agência de notícias estatal Nova China também criticou Koizumi por suas declarações de que não via nenhuma razão para deixar de ir ao santuário em honra aos 2,5 milhões de soldados japoneses mortos em combate, mas onde estão enterrados 14 criminosos de guerra. O Japão, por sua vez, denunciou os maus modos diplomáticos da China, que cancelou a reunião, alegando que a vice-primeira-ministra tinha "assuntos urgentes" para resolver, mas sem dar detalhes.

Wu foi a primeira funcionária chinesa de alto escalão a visitar o Japão em mais de um ano. A visita tinha como objetivo melhorar as relações bilaterais após os violentos protestos na China contra o Japão por causa da publicação de um livro de história que omitia as atrocidades cometidas por soldados japoneses durante a 2.ª Guerra e da intenção do Japão de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

COOPERAÇÃO MILITAR

Os chefes dos Exércitos da Índia e da China - os maiores do mundo -, o general indiano J.J. Singh e o general chinês Liang Guanglie, iniciaram ontem conversações para aumentar a cooperação militar e estabelecer medidas de confiança na fronteira entre os dois países, após décadas de disputas territoriais.