Título: Para analistas, alta pode parar
Autor: Marcelo Rehder
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/05/2005, Economia, p. B3

Os índices de inflação a serem divulgados nas próximas semanas serão determinantes na decisão do Comitê de Política Monetária de manter ou não o ciclo de alta da Selic na reunião de junho. Para economistas, a ata de ontem indicou que será a inflação corrente que definirá os próximos passos da política monetária. Mas apesar do tom apreensivo da ata, analistas acreditam que o Banco Central poderá ver um cenário de menor risco este mês. Segundo a consultoria LCA, até a reunião de 15 de junho deverá ocorrer uma relevante desaceleração da inflação, o que contribuiria para o fim da trajetória de alta da Selic, hoje em 19,75% ao ano.

Na opinião do analista da Tendências Consultoria Integrada Guilherme Maia, a ata indica que o BC deixou de perseguir o centro da meta de 5,1% e passou a se preocupar mais com o teto de 7%. Segundo ele, ainda é cedo para apostas, mas a possibilidade de manutenção do juro básico em junho deve aumentar. O economista da Gap Asset Management Alexandre Maia lembra que algumas medidas tomadas recentemente devem dar algum fôlego para a inflação, como a desoneração do PIS e Cofins sobre os remédios, o que levará a uma queda média de 11% no preço ao consumidor. Mas para a GRC Visão, uma nova alta de 0,25 ponto não está descartada porque "a ata não revelou alteração no discurso do BC, que manteve o tom de preocupação com a evolução altista da inflação corrente."