Título: Amorim: Doha não é impossível
Autor: Denise Chrispim Marin e João Caminoto
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/05/2005, Economia, p. B6

TÓQUIO - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu ontem que as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) serão difíceis. Isso, porém, não fará com que o Brasil abra mão de seus objetivos. "Liberalizar unilateralmente é fácil, mas negociar é difícil." A rodada de negociações agrícolas começam na segunda-feira. O chanceler lembrou que houve possibilidade de reverter o fracasso da reunião ministerial da OMC de Cancún, no México, em setembro do ano passado, e mencionou o acordo alcançado em Paris, no início de maio, sobre um ponto-chave para a negociação da abertura de mercados para bens industriais - a equação para converter as tarifas específicas (um valor monetário sobre um determinado volume de bens) para tarifas ad-valorem (um porcentual).

"Sou otimista porque é como a reforma do Conselho de Segurança", explicou Amorim. "É difícil reformar? É. Mas é mais difícil, a longo prazo, não reformar. É difícil negociar a conclusão da Rodada Doha? É. Mas é mais difícil não concluí-la."