Título: São Paulo tem o menor índice de mortalidade infantil da história
Autor: Camila Anauate, Elizabeth Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/05/2005, Vida &, p. A16

São Paulo registrou o mais baixo índice de mortalidade infantil de sua história, segundo divulgou ontem a Secretaria de Estado da Saúde, com base em levantamento da Fundação Seade. Em 2004, a marca dos 645 municípios do Estado foi de 14,25 óbitos para cada 1 mil nascidos vivos. Isso representa uma queda de quase 85% em relação ao índice de 1975. "O índice está caindo cada vez mais", afirmou o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, ao comparar os coeficientes de 2004 com os de anos anteriores. Em 2003, o índice de mortalidade infantil no Estado foi de 14,8. No ano anterior, São Paulo registrou 15,04. E em 2001, 16,07.

Para o governador Geraldo Alckmin, a assistência a recém-nascidos, a expansão de saneamento básico e as campanhas de vacinação são um conjunto de fatores que levaram "à fortíssima redução".

Alckmin também destacou que o índice de mortalidade infantil de São Paulo está entre os mais baixos do Brasil e que a redução no Estado foi maior do que a no País. "No período de 1997 a 2002, o índice no Brasil caiu cerca de 20% e no Estado, mais de 30%."

Alckmin foi lembrado de que o período mencionado era o da gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Presidência e que tinha como ministro da Saúde o atual prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), de 1998 a 2002. O governador disse que a idéia não era "ficar comparando um com o outro, mas sim estimular os investimentos em saneamento".

O governo do Estado destinou ontem R$ 32,7 milhões a fundo perdido para projetos de tratamento de esgoto em 36 municípios de até 30 mil habitantes não atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). Na cerimônia de lançamento do Projeto Água Limpa, o governador Alckmin disse que a iniciativa contribuirá ainda mais para reduzir os índices de mortalidade infantil no Estado.

MELHORES ÍNDICES

A taxa de mortalidade infantil ficou abaixo de dois dígitos em 229 cidades do Estado, nível comparado com o de países europeus. Por outro lado, nenhuma região ficou com índice superior a 20.

Os melhores índices de 2004 foram registrados na região de Ribeirão Preto, com 10,98 mortes para cada 1 mil nascimentos. Araraquara e Barretos também tiveram bons coeficientes: 11,8 e 12,2, respectivamente. Da Grande São Paulo, Osasco é a melhor região, com taxa de 13,35. A capital ficou com 13,96.

Já municípios do Alto Tietê, como Mogi das Cruzes, da Baixada Santista e do Vale do Paraíba, a exemplo de Taubaté, obtiveram as piores taxas, com índices superiores a 16.

O secretário Barata garantiu que atuará mais nessas regiões para melhorar os índices. "Conversaremos com os secretários dessas cidades e pediremos atenção especial às gestantes."