Título: PT começa retaliação e tira Suplicy de chapa
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/06/2005, Nacional, p. A5

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) recebeu ontem a primeira punição da cúpula petista por ter assinado o pedido de abertura da CPI dos Correios. Ele foi expulso da chapa com que o atual presidente nacional do partido, José Genoino, disputará a reeleição. O detalhe é que Suplicy recebeu a notícia do tesoureiro nacional do partido, Delúbio Soares, e do próprio Genoino, durante conversa de duas horas, na sede nacional do PT. Os dois confirmaram a Suplicy que sua retirada devia-se ao fato de ele ter assinado a CPI dos Correios. Apesar da punição, Suplicy recebeu a garantia de Genoino de que o partido não vai negar-lhe a vaga para disputar a reeleição ao Senado, priorizando uma aliança com o PMDB para lançar o ex-governador Orestes Quércia na vaga do senador petista. Em contrapartida, Suplicy, embora aborrecido com a exclusão de seu nome, prometeu apoiar Genoino para a presidência do PT. "Genoino me disse que o PT não vai fazer aliança com o PMDB para trocar a minha indicação pelo apoio a Quércia ao Senado", contou o senador.

Suplicy admitiu que a conversa foi franca, mas dura. "Eles avaliaram como inadequado o fato de eu ter assinado a CPI. Também não gostaram do meu discurso pedindo a investigação das denúncias", declarou o senador. "Há dois meses fui convidado para participar da chapa e no momento em que se encerra a inscrição eles me comunicaram que eu não estou mais nela", lamentou.

SITE

A chapa da qual Suplicy foi afastado é do Campo Majoritário, grupo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Congresso Nacional, a impressão de políticos petistas é que o partido pode radicalizar ainda mais em relação ao senador Suplicy. Dependendo da evolução da CPI dos Correios e do grau de envolvimento do senador na apuração das denúncias, integrantes do partido admitem que o PT pode decidir retirar a legenda para que Suplicy concorra à reeleição ao Senado.

Sabendo disso, o senador já abriu seu site para os eleitores decidirem se desejam que ele concorra ou não ao Senado mais uma vez. Além disso, tratou de marcar para o dia 26 o lançamento da sua candidatura para torná-la irreversível.