Título: Em Votuporanga, confronto e um ferido
Autor: José Maria Tomazela e Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/06/2005, Economia, p. B6

O protesto dos produtores rurais terminou em confronto e com um agricultor ferido em Votuporanga, no Noroeste do Estado de São Paulo. Policiais militares foram chamados para desbloquear a Rodovia Euclides da Cunha (SP-320), no cruzamento com a Péricles Bellini (SP-461), e entraram em confronto com produtores rurais que queimavam sacas de algodão no meio da pista. A maioria dos 500 agricultores que protestavam parou para almoçar, quando um grupo de 50 manifestantes decidiu interditar a rodovia com máquinas e colocar fogo em sacas de algodão. A tropa de choque de Fernandópolis, cidade próxima, foi chamada e precisou usar bombas de gás lacrimogêneo para liberar a rodovia e afastar os manifestantes, que deixaram o local meia hora depois.

O produtor rural José Haro, 60 anos, que assistia à confusão ao lado de uma cerca a sete metros da pista, foi atingido pelo estilhaço de uma bomba na altura do supercílio esquerdo. Levado à Santa Casa de Votuporanga, recebeu 10 pontos para fechar o corte e foi liberado. No fim da tarde, foi atendido em outro hospital, em Valentim Gentil, pois o sangramento não parava mesmo com pontos.

O bloqueio da pista foi proibido pela Justiça em liminar concedida na sexta-feira passada pela juíza da 4.ª Vara de Votuporanga, Daniela Camberlingo. Para o presidente da Associação dos Municípios da Araquarense, Liberato Caldeira, os policiais agiram com excesso. Para o comando da polícia, a ação foi necessária para o cumprimento da ordem judicial.

Em Araçatuba, o protesto interditou por 2h15 um trecho da Rodovia Marechal Rondon, mas um desvio feito pela Polícia Rodoviária impediu o congestionamento. Os produtores usaram até trios elétricos e, além deles, cerca de 300 máquinas ocuparam a rodovia.