Título: Em Paris, Furlan comemora novo recorde nas exportações
Autor: Reali Júnior
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/06/2005, Economia, p. B10

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, comemorou ontem em Paris um novo recorde, tanto das exportações como nas importações no mês de maio. As exportações, disse o ministro, "se aproximam dos US$ 10 bilhões". Até ontem, revelou, faltando computar ainda o último dia do mês, haviam alcançado US$ 9,9 bilhões. As importações, por sua vez, atingiram US$ 6,3 bilhões. O recorde anterior era de US$ 6,08 bilhões, registrado em novembro de 2004. "O melhor número de nossas exportações havia sido registrado em junho do ano passado, US$ 9,328 bilhões. O saldo da balança comercial continua positivo e a previsão para o final do ano é de US$ 38 bilhões." Isso permite, segundo o ministro, manter a previsão de que as exportações no final do ano vão atingir US$ 112 bilhões.

Segundo Furlan, essa tendência deverá se confirmar e constituir a demonstração de que " já garantimos a colheita do que foi plantado". Isso, apesar de alguns setores não terem apresentado os mesmos resultados no primeiro trimestre do ano - por exemplo, a venda de aviões da Embraer e as exportações do setor de calçados recuaram.

JUROS E DÓLAR

Sobre o patamar que não deve ser ultrapassado pelas elevadas taxas de juros, o ministro Furlan deixou claro que nos encontramos no limite, acreditando que a taxa de 20% é o sinal de alerta - atualmente ela é de 19,75% e está muito próxima desse patamar.

A expectativa otimista, para ele, seria de uma estabilização no mês de junho, iniciando uma redução gradual no segundo semestre.

Quanto ao nível ideal do dólar, o ministro mostrou-se discreto, lembrando que no início do ano a expectativa era do comercial a R$ 2,90. "O dólar por volta de R$ 2,70 já seria motivo para que os nossos exportadores soltassem foguetes, mas a realidade é bem outra. O dólar só vale R$ 2,37, 20% abaixo da cotação ideal." Nem a queda de 7% do euro em relação ao dólar , ocorrida a partir do início do ano, tem contribuído para uma elevação da cotação do dólar em relação ao real, lamentou Furlan.

Apesar de tudo, ele continua otimista, acreditando numa taxa de crescimento econômico do Brasil de 5 % este ano. O ministro, indagado sobre as conseqüências nas áreas econômica e monetária da instalação da CPI dos Correios, disse que " em circunstâncias normais o dólar deveria ter subido, mas os mercados financeiros estão ignorando essas turbulências políticas". O ministro procurou minimizar os efeitos do episódio e acrescentou não ter identificado, por enquanto, "nenhum efeito negativo nessas áreas". Para o ministro Furlan , as coisas estão andando bem.