Título: Planalto não vê problema em declaração de embaixador
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/06/2005, Nacional, p. A18

O governo brasileiro não está considerando como um problema diplomático as afirmações feitas pelo embaixador da China na ONU, Wang Guangya, de que Pequim pretende usar o seu poder de veto no Conselho de Segurança para barrar uma eventual aprovação do projeto apresentado por Brasil, Japão, Alemanha e Índia para ampliar o número de assentos permanentes no CS. Segundo informações obtidas no Palácio do Planalto, se alguma resposta for dada ao governo chinês, será por intermédio do embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg. Os quatro países autores do projeto, que compõem o G-4, defendem as suas próprias inclusões como membros permanentes do Conselho de Segurança.

O tema não suscitou maiores preocupações ao governo brasileiro, embora um veto chinês no Conselho de Segurança seja entrave intransponível ao projeto e às aspirações do Brasil de obter um assento no CS.

O governo brasileiro sabe que a condenação de Pequim à reforma da ONU e à ampliação dos assentos permanentes no Conselho têm como origem um problema estratégico regional: a China fará o que puder para evitar que o seu vizinho Japão consiga uma dessas cadeiras. Além de Brasil, Japão, Alemanha e Índia, muitos outros países reivindicam assento no Conselho.