Título: Alckmin diz que o País paga pelo 'custo PT'
Autor: Luciana Nunes Leal, Colaborou: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/06/2005, Nacional, p. A8

Ao criticar a política econômica centrada na alta de juros e no aumento do superávit primário, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que "existe um custo PT e quem paga é a sociedade". Alckmin criticou a incoerência do PT no governo em comparação ao que pregava quando era oposição e apontou "efeitos nefastos" dos juros altos. Em encontro com executivos de vendas e marketing, Alckmin foi questionado sobre a CPI dos Correios e considerou "um equívoco" as manobras do governo para impedir a investigação no Congresso. "As investigações devem ser conduzidas com tranqüilidade, sem confundir com impunidade".

"A mudança entre o que o PT dizia na oposição e o que faz no governo é muito grande. Isto tem um custo e quem paga é a sociedade. Tudo precisa ser mais para o resultado ser menor. Superávit tem de ser maior, juros têm que ser maiores, tudo tem que ser maior e o resultado, menor. É o custo PT e quem paga é a sociedade", disse o governador em almoço da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).

'MONOPÓLIO'

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), classificou ontem como "extremamente grave" o resultado da pesquisa CNT/Sensus a respeito da percepção popular da corrupção no governo Lula. "O partido que governa hoje o País, durante toda a sua existência, se intitulou quase que o monopolista da ética e dos bons costumes. Nós estamos vendo que, infelizmente para o País e para a classe política, isso não vem acontecendo", disse, durante a abertura oficial da feira agropecuária SuperAgro, em Belo Horizonte.

O governador mineiro aproveitou para dar uma cutucada no presidente ao saudar a decisão de instituir o pregão eletrônico nas compras públicas. Aécio considera que o governo federal demorou para tomar a medida, adotada no Estado desde o início de sua gestão.