Título: Venda de veículos em maio é a maior desde 2001
Autor: Cleide Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/06/2005, Economia, p. B8

O mercado de veículos voltou a recuperar-se em maio, com vendas de 143 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus. O resultado é 3,83% melhor que o de abril, quando os negócios registraram a primeira queda no ano, para 137,7 mil veículos. Foi o melhor mês de maio desde 2001, apesar da elevação da taxa de juros há nove meses seguidos. Cerca de 70% das vendas do setor são financiadas. Na comparação com maio do ano passado, os negócios aumentaram 16%. Maio teve um dia útil a mais comparado a abril, o que influencia no resultado mensal. Já a média diária de vendas apresentou recuo de 1,2%. Para as montadoras, o mercado interno manteve-se estabilizado nos últimos dois meses, 'com variações relacionadas ao número de dias úteis. No acumulado do ano, as vendas somam 651,6 mil veículos, 10% mais que em 2004.

No segmento de automóveis e comerciais leves, as vendas nos primeiros cinco meses do ano totalizam 613 mil unidades, 10,7% acima dos resultados do ano passado. Em maio, os negócios aumentaram 4,6% na comparação com abril, para 135,1 mil veículos.

A Fiat liderou as vendas de carros e comerciais leves de janeiro a maio, com 25% de participação. A Volkswagen está em segundo lugar, com 22%, seguida de perto pela General Motors, que se recupera da queda registrada no primeiro trimestre e já tem 21,8% de participação. A Ford mantém-se na quarta posição, com 12,5% do mercado. As japonesas Honda (3,8%) e Toyota (3,4%) estão na frente da francesa Renault, com 3,1% de participação.

Os carros populares, como motor 1.0, responderam por 47,19% das vendas no mês passado, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O Gol segue como o modelo mais vendido (14.972 unidades), seguido por Palio (12.284), Celta (10.218) e Mille (10.129).

As vendas têm como base os licenciamentos feitos no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Na segunda-feira, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vai divulgar o balanço completo do setor, incluindo dados de produção, exportações e mão-de-obra.

EMPREGOS

Em abril, a indústria automobilística tinha 104,4 mil trabalhadores, número que pode apresentar variação por causa de demissões ocorridas principalmente no setor de máquinas agrícolas.

A General Motors abriu um programa de demissões voluntárias (PDV) no mês passado e, segundo sindicatos de trabalhadores, obteve perto de cem adesões nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos.

A Volks também tem um programa de PDV em São Bernardo do Campo, dirigido aos 600 funcionários do Centro de Formação e Estudos. Ao mesmo tempo, negocia com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a contratação de cerca de 350 trabalhadores. A entidade se queixa de excesso de horas extras na fábrica, que está iniciando a produção do Fox que será exportado para a Europa.

A Scania também abriu um pacote de incentivos dirigido aos 2,7 mil empregados, mas informou que vai repor todas as vagas, mantendo o quadro atual. "Será dada prioridade aos estagiários, que também terão as vagas repostas", afirmou um porta-voz.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT, José Lopez Feijóo, disse que os programas da Volks e da Scania não estão relacionados ao desaquecimento da economia e que não haverá "encolhimento de pessoal." A GM, cujos funcionários no ABC são representados pela Força Sindical, informou que o PDV, dirigido a aposentados, foi aberto porque a empresa reduziu a meta de exportações para o México em 11 mil unidades por causa da desvalorização cambial.