Título: Rússia diz que é contra conselho amplo na ONU
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2005, Nacional, p. A0

O governo russo opinou ontem que a reforma do Conselho de Segurança da ONU deve privilegiar um modelo compacto para agregar eficiência, mas não revelou especificamente se votaria contra as propostas de aumento das cadeiras já apresentadas. A declaração foi tomada como um aceno contra o projeto do G-4 (Brasil, Alemanha, Japão e Índia) que aumenta os assentos do Conselho. O ministro-adjunto de Relações Exteriores, Yuri Fedotov, disse que a Rússia tem dúvidas sobre o projeto do G-4. "Em especial, nós acreditamos que o formato do futuro Conselho de Segurança deve ser compacto. Isso é ditado pela necessidade de preservar a sua eficiência", disse Fedotov.

Em Tóquio, o governo japonês, sócio do Brasil no G-4, disse que tentará persuadir a China a aceitar o projeto, a despeito das claras manifestações contrárias de Pequim nos últimos dias.

A China, único país asiático com poder de veto no Conselho, afirmou que o projeto do G-4 prejudicaria o debate sobre a reforma, que começará em setembro, na abertura da Assembléia Geral. Para ser aprovado, um projeto precisa alcançar 2/3 dos votos dos 191 países membros.

Esta semana, o embaixador chinês na ONU, Wang Guangya, criticou o projeto do G-4 e disse que a China aprecia o projeto do grupo Unidos por Consenso (integrado por Itália, México e Paquistão, rivais regionais de Alemanha, Brasil e Índia), que propõe ampliar o Conselho de Segurança para 25 assentos, mas sem novos membros permanentes.

O projeto do G-4 propõe a ampliação do Conselho de Segurança para 25 membros, agregando mais 10 cadeiras às 15 atuais, sendo que 6 delas seriam para novos membros permanentes - além de Brasil, Alemanha, Japão e Índia, haveria mais dois países africanos que seriam escolhidos posteriormente. Atualmente, os 5 assentos permanentes são EUA, Inglaterra, Rússia, França e China.