Título: Inflação perde fôlego em SP: 0,35%
Autor: Francisco C. Assis, Márcia De Chiara, Célia Froufe
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2005, Economia, p. B1

O Índice Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) encerrou maio com alta de 0,35%, o menor resultado mensal desde setembro de 2004, quando fechou em 0,21%. O índice veio abaixo da estimativa da Fipe, que projetava alta de 0,45%. A desaceleração foi tão vigorosa e quase generalizada em todos os grupos de preços que compõem o indicador que jogou a inflação para menos da metade da registrada em abril (0,83%).

Também o Índice de Preços do Varejo (IPV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo desacelerou em maio. O IPV do mês passado ficou em 1,10%, ante uma elevação de 2,26% registrada em abril. Todos os cinco grupos de preços pesquisados tiveram variações em relação a abril.

Para o economista da Rosenberg & Associados, Fernando Fenolio, há uma conjugação favorável de fatores para conter a inflação. Ele aponta, por exemplo, a reversão dos preços agrícolas provocada pela quebra da safra. Também a diluição das pressões altistas nos transportes públicos, medicamentos e mensalidades escolares que contribuiu positivamente. Uma parcela do alívio, ainda que pontual, veio do dólar desvalorizado ante o real.

Além disso, ressalta o economista, a demanda mais fraca está brecando aumentos de preços. Prova disso, que um índice de preços dos serviços calculado a partir dos dados do IPC-Fipe revela que, em maio, esses preços aumentaram 0,27% ante abril, quando a alta havia sido de 0,30%.

Na análise do coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, a redução dos preços do álcool combustível e da gasolina em maio foi a responsável pela taxa menor de inflação. Além desses dois produtos, cuja contribuição negativa para o índice foi de 0,09 ponto porcentual, os preços dos alimentos in natura surpreenderam o coordenador do IPC-Fipe ao fecharem com uma variação de 0,09%, depois de terem subido 2,70% em abril.

Neste mês a Fipe espera um IPC de 0,40%. Para o segundo semestre, a expectativa é que a inflação seja menor do a do primeiro semestre de 2005, por conta dos IGPs em queda.