Título: Governo consegue acordo sobre o FAT
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2005, Economia, p. B8

Governo e sindicalistas acertaram anteontem quem manda nos R$ 17,215 bilhões de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A polêmica foi criada na véspera da reunião, a partir de uma proposta do governo, segundo a qual a escolha dos bancos que operariam o dinheiro ficaria centralizada no Ministério do Trabalho. Os sindicalistas protestaram e o governo recuou. Ontem, o representante da Força Sindical, Luiz Fernando Emediato, um dos que levantaram a discussão, disse que a briga estava contornada. A decisão sobre em que bancos alocar os recursos era tomada pelo Conselho Deliberativo do FAT (Codefat), composto por governo, sindicalistas e empresários. O governo havia proposto que a decisão ficasse com a secretaria-executiva do Codefat, que é composta por técnicos do Ministério do Trabalho.

Anteontem, o Codefat chegou a um meio termo. A secretaria-executiva do Codefat, de fato, vai escolher que bancos operarão o dinheiro, dentre os cinco oficiais (Caixa, Banco do Brasil, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste). No entanto, os conselheiros poderão mudar essa alocação se acharem que os programas não estão sendo executados a contento.

"Queremos que o dinheiro seja efetivamente aplicado nos programas e vamos cobrar essa eficiência dos bancos oficiais federais", disse Emediato. Ele acrescentou que não é desejo dos sindicalistas ver o dinheiro do FAT parado, sendo engordado pela taxa Selic.

PROGRAMAS

O programa PC Conectado vai receber R$ 200 milhões doFAT, segundo decidiu anteontem o Codefat. Esse é um dos três programas novos incluídos no rol dos beneficiados com recursos do FAT. Os outros dois são o FAT Infra-Estrutura, que terá R$ 5,9 bilhões este ano, e o socorro aos agricultores afetados pela seca, que soma R$ 1 bilhão.

Também foram aprovados R$ 1,250 bilhão para o setor exportador, R$ 1,850 bilhão para as pequenas e microempresas, R$ 550 milhões para compra de material de construção, R$ 50 milhões para o microcrédito voltado ao setor produtivo, R$ 200 milhões para projetos de inovação tecnológica, R$ 615 milhões para o programa de geração de emprego rural e R$ 3,315 para área urbana, R$ 1,135 bilhão para a agricultura familiar, R$ 800 milhões para investimento no Centro-Oeste e R$ 250 milhões para investimento na região norte.