Título: O que disse Roberto Jefferson
Autor: Mariana Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/06/2005, Nacional, p. A5

Na véspera de eu fazer meu discurso no plenário da Câmara, havia uma apreensão muito grande dos partidos da base, em especial o PL e o PP, e do próprio governo. Dez minutos antes de eu sair para falar, chega aqui, esbaforido, Pedro Corrêa (PE), presidente do PP: 'Bob, cuidado com o que vai falar. O governo interceptou uma fita de você exigindo do Lídio (Duarte, ex-presidente do IRB) dinheiro para o PTB'. Eu dei um sorriso e disse: 'Pedrinho, se era essa a sua preocupação, pode ficar tranqüilo, essa conversa nunca existiu. Não sou assim, nem o doutor Lídio é assim.' Aí ele rebateu: 'Mas pode ter sido seu genro (Marcus Vinícius Ferreira)'. Eu falei: 'Meu genro é um homem de bem. E eu vejo, Pedrinho, que você não tem convicção de fita nenhuma. Fica calmo que eu não vou contar nada do que eu sei a respeito de mensalão'."

"Depois disso, (o mensalão) parou. Tenho certeza de que parou, por isso está essa insatisfação aí (na base parlamentar). Ele (Lula) meteu o pé no breque. Eu vi ele muito indignado.

Pressão, pressão, pressão, pressão. Dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, todo mundo tem, todo mundo tem. Acho que foi o maior erro que o Delúbio cometeu. E o presidente agora, desde janeiro, quando soube, eu garanto a você (que o mensalão foi suspenso). A insatisfação está brutal porque a mesada acabou.

Serenamente eu já tenho o caminho traçado: não me preocupa mais o mandato, não vou brigar por ele. Só não vou sair disso como um canalha, porque não sou.

O MENSALÃO