Título: OIT alerta para maior desemprego dos jovens
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/06/2005, Economia, p. B4

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que o desemprego entre os jovens já é 3,5 vezes maior do que entre adultos. Como resultado, diz a entidade, os jovens se tornam vítimas da exclusão social e têm um futuro incerto. Pedindo que os governos adotem ações no sentido de criar empregos para essa faixa da população, a OIT afirma que os custos do desemprego entre jovens podem ser altos para as economias. O temor da entidade é de que esse desemprego inicial se torne um obstáculo à possibilidade de os jovens obterem trabalho também no futuro.

De toda a população mundial desempregada, 47% ou 88 milhões, é de jovens. Metade desse porcentual estaria disposta a trabalhar e não encontra emprego. Boa parte deles atua em trabalhos informais - na América Latina, por exemplo, 93% dos postos de trabalho para os jovens estão no setor informal. Entre os jovens latino-americanos, 25% ainda vivem em situação de extrema pobreza.

Segundo a OIT, o problema é que a tendência ainda indica uma pioria da situação nos próximos 10 anos, quando o número de jovens no mercado de trabalho chegará a 660 milhões, 7,5% a mais do que hoje.

BRASIL

No País, porém, a grande questão são os números referentes à criação de emprego. O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, acusado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB) de usar o "método Goebbels" para mostrar a geração de empregos no País - Berzoini estaria manipulando as informações referentes ao assunto -, acredita que, neste ano, o Brasil criará um número de postos de trabalho maior ou igual ao de 2004.

Berzoini afirmou na OIT, em Genebra, segunda-feira, que 92 mil empregos estavam sendo criados por mês durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse número foi o que provocou a crítica de Azeredo. Usando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Berzoini alega que, em 2004, 1,5 milhões de postos de trabalho foram criados. Entre janeiro e abril deste ano, o número já chegou a 558 mil. "Estamos otimista em relação a 2005", disse.