Título: Para Palocci, crise política não contamina economia
Autor: João Caminoto
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/06/2005, Nacional, p. A6

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse ontem que não há contaminação na economia brasileira da crise política causada pelas denúncias do presidente do PTB, Roberto Jefferson. "Óbvio que há preocupação, mas confio nas instituições", disse o ministro, ressaltando que o País tem fortes instituições para lidar com o problema e esclarecer o ocorrido. Segundo o ministro, todos os instrumentos serão usados para garantir a estabilidade, ressaltando que os fundamentos econômicos são positivos. Ele reconheceu, no entanto, que há moderação no crescimento. "Mas isto é normal", salientou Palocci, que está em Londres para o encontro de ministros das Finanças do G-8 (reunindo os países mais industrializados), além de três outros emergentes: China, Índia e África do Sul.

Sobre o Copom, disse que o comitê vai avaliar se o esforço do aperto monetário dos últimos meses foi suficiente. "O importante é ver que o esforço deu resultado." Isso não significa mudança na autoridade monetária. Palocci disse que as especulações de que o secretário-executivo de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, substituirá Henrique Meirelles na presidência do Banco Central não têm respaldo na realidade. Evitou comentar rumores sobre reforma ministerial, alegando que o único que pode falar sobre o assunto é o presidente Lula.

Para Palocci, Meirelles tem feito excelente trabalho. "Os resultados do esforço de desinflação começam a aparecer."

O ministro destacou a necessidade de não permitir que a crise contamine compromissos do Brasil, sob pena de "pagarmos o preço". "Mas eu e o presidente temos firme determinação de manter o equilíbrio econômico", disse, "Não haverá negligência na política econômica." Para Palocci, a crise política deve se dissipar em curto espaço de tempo.