Título: Número de milionários cresce 7,1% no Brasil
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Fonte: O Estado de São Paulo, 10/06/2005, Economia, p. B5

O número de milionários no mundo aumentou 7,3% em 2004, para 8,3 milhões de pessoas, crescimento ligeiramente maior do que a expansão de 7,1% registrada no Brasil, onde subiu para 98 mil o número de pessoas com mais de US$ 1 milhão. A informação é de um relatório divulgado ontem, segundo o qual a riqueza acumulada passou para US$ 30,8 trilhões, 8,2% a mais do que em 2003. No ano passado, o total de milionários aumentou 6,3%, para 300 mil, na América Latina, região onde a riqueza em mãos privadas aumentou 7,9%, para US$ 3,7 trilhões.

O sólido crescimento econômico e o bom rendimento das Bolsas permitiram que mais pessoas se somassem ao exclusivo grupo dos mais ricos do planeta e que também aumentassem seus ativos, segundo o estudo da Merrill Lynch e da Capgemini. A estes dois fatores se somaram os juros baixos.

Os autores do estudo consideram milionário quem tem um patrimônio em ativos financeiros maior que US$ 1 milhão; "milionários médios" quem tem entre US$ 5 milhões e US$ 30 milhões, e "ultra-ricos" quem tem mais de US$ 30 milhões.

No ano passado, 7,45 milhões de pessoas conseguiram acumular uma riqueza entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões, 745 mil entre US$ 5 milhões e US$ 30 milhões e apenas 78 mil foram consideradas "ultra-ricas".

No total, os milionários representam apenas 0,2% da população mundial, mas acumulam uma riqueza equivalente a 25% de todo o dinheiro disponível em mãos particulares no mundo.

Na África, o número de milionários aumentou 13,7%, para 100 mil pessoas; na América do Norte, 9,7%, para 2,7 milhões; no Oriente Médio, 9,5%, para 300 mil; na Ásia, 8,2%, para 2,3 milhões, e na Europa, 4,1%, para 2,6 milhões.

Nos EUA o número de milionários aumentou 9,9%, para 2,5 milhões de pessoas, e no Canadá o crescimento foi de 8,3%, para 217 mil, o que permitiu que a América do Norte superasse pela primeira vez a Europa no número de milionários.

O relatório afirma que o baixo crescimento econômico das maiores economias européias (França, Alemanha e Itália) e problemas de desemprego e altos impostos fizeram a taxa de aumento da riqueza e do número de milionários na Europa ser inferior à dos EUA.

A riqueza em mãos privadas no Sudeste Asiático aumentou 8,5%, para US$ 7,2 trilhões; no Oriente Médio, 28,9%, para US$ 1 trilhão; e na África, 17,3%, para US$ 700 bilhões.

O documento destaca o papel das economias do chamado grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Nestes 4 países se concentram 41% da população mundial e são gerados 8% da riqueza que se movimenta no mundo. Segundo a empresa de investimentos Goldman Sacha, em 2040 as economias do Bric serão maiores do que as do G-7 (os 7 países mais ricos do mundo).

O Brasil aumentou o número de milionários em 7,1%, para 98 mil pessoas; a China, em 4,3%, para 300 mil; a Índia, em 14,6%, para 70 mil; e a Rússia, 4,2%, para 88 mil.

Com relação aos ativos, o relatório identificou maior cautela por parte dos milionários, que reduziram a porcentagem de dinheiro investido em ações em 1% e aumentaram a proporção de títulos de renda fixa em 2%. EFE