Título: Pelo celular, rebelado dá entrevista a rádio
Autor: Homéro Ferreira
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/06/2005, Metrópole, p. C1

Um dos presos rebelados na Penitenciária Zwinglo Ferreira, a P1, de Presidente Venceslau, usou um celular para falar com a imprensa, ontem. Em entrevista a uma rádio, concedida no fim da tarde do interior da prisão, ele disse que os 12 agentes penitenciários que continuavam como reféns estavam sendo bem tratados. Mas relatou que sofriam ameaças com estiletes e pedaços de madeira. O preso, que não se identificou, confirmou a morte de cinco detentos. Ele disse que o presídio estava em ruínas. O detento reclamou de maus-tratos e disse que os presos eram "oprimidos e esculhambados". A administração confirmou a destruição parcial do setor hospitalar e da cozinha, que estavam sob controle dos rebelados.

A energia elétrica da penitenciária havia sido cortada. A morte de um sexto detento, que teria sido decapitado, não foi confirmada pelo informante. No início da noite, os rebelados atearam fogo à escola e à biblioteca.

Segundo o coordenador regional do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, Edevan Pedro da Silva, o presídio foi praticamente destruído. "O prédio terá de ser interditado", afirmou. Ele negou os maus-tratos aos presos. "Neste momento nossa preocupação é fazer com que os servidores saiam com vida."