Título: A mítica Havana pode retornar com o nome Havana Anísio Santiago
Autor: Fernando Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/06/2005, Economia, p. B11

Se ganhar na Justiça, a cachaça Anísio Santiago, considerada a melhor do Brasil, não vai voltar a se chamar só Havana. A afirmação é de Oswaldo Santiago, proprietário da marca e filho do celebrado Anísio. O novo nome, diz, será Havana Anísio Santiago. Em 2001, a Havana perdeu o direito por causa de um processo movido pelo fabricante do rum cubano de mesmo nome. Segundo Oswaldo, seu pai, homem metódico, perfeccionista e avesso a polêmicas demorou para recorrer da decisão da Justiça, e quase perdeu os prazos legais. Mas a família acabou se movimentando e ganhou em primeira instância o processo contra o fabricante cubano.

Oswaldo diz que seu advogado considera grandes as chances de que a sentença favorável seja confirmada nas instâncias superiores. Se isto ocorrer, porém, ele vai optar por retornar ao nome original da cachaça, Havana Anísio Santiago. A contração para Havana ocorreu depois. "Meu pai foi tudo para esta cidade, Salinas hoje é conhecida por causa de Anísio Santiago", diz o filho.

A reputação da Havana ajudou a consolidar a fama da cidade como produtora de boas cachaças. O envelhecimento em barris de bálsamo por prazos que variam de 1 a 7 anos - que abarca 90% da produção de Salinas, com os 10% restantes dividindo-se entre umburama, carvalho e jequitibá - foi iniciado com a Havana.

Salinas tem 48 marcas de cachaça, com 30 fábricas, incluindo uma cooperativa. Gerando um faturamento anual de R$ 15 milhões, e 1,1 mil empregos diretos e indiretos, o município é responsável por 27% da arrecadação mineira no setor de produção de cachaça. A exportação, porém, é pequena. A Associação de Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs) vem intensificando as atividades promocionais.

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